Três festivais marcantes que extravasam as ‘fronteiras’ regionais e nacionais

Três festivais marcantes que extravasam as ‘fronteiras’ regionais e nacionais

Três festivais marcantes que extravasam as ‘fronteiras’ regionais e nacionais

De pequenos palcos locais, os acontecimentos culturais no município ganharam dimensão e têm nome espalhado pelo mundo

Almada “é e tem potencial para cimentar irrefutavelmente o seu lugar como “Capital das Artes Performativas” a nível nacional”. Assim define Inês de Medeiros, presidente da Câmara de Almada o panorama cultural existente no concelho.

Para a autarca, não existe qualquer dúvida sobre o “ecossistema de teatro profissional, semiprofissional e amador” que prolifera no município, e o mesmo acontece na dança com a Companhia de Dança de Almada, na música clássica, no festival o Sol da Caparica dedicado à lusofonia e mesmo nas marchas populares. Isto além do “vasto património cultural material e imaterial”.

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E afirma ainda: “Temos o melhor público do País, altamente interessado e envolvido, solidário com a cultura e os seus profissionais, e com uma sensibilidade estética e artística fora do comum”.

 

Do Beco dos Tanoeiros até ao palco dos maiores festivais de teatro

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Numa Almada, em dimensão do todo concelhio, onde a cultura sempre fervilhou, a expressão cultural vivia-se nas bandas filarmónicas centenárias, nos grupos populares e no teatro em colectividades. Contudo, é em 1984 que acontece na cidade o grande boom da cultura, com a primeira Festa do Teatro de Almada.

Vivia-se o calor do mês de Julho quando, num palco improvisado a céu aberto no Beco dos Tanoeiros, em Almada Velha, um pequeno palco recebeu companhias de teatro profissional e outras amadoras de todo o País. Tudo parecia improvisado e, entre a população, vivia-se um misto de surpresa em surpresa; alguns chamavam a estas actuações simplesmente “performances”.

Do Beco dos Tanoeiros passa para o Pátio Prior do Crato, no Largo da Boca do Vento, depois para a Casa da Cerca, tudo em Almada Velha, e começa a expandir-se. Salta para palcos em Lisboa, e em 1992 usa o grande palco da escola D. António da Costa, em Almada, e o palco do Teatro Municipal Joaquim Benite.

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O que em 1984 não dava para divinhar, é que a Festa do Teatro de Almada, organizada pela Companhia de Teatro de Almada (CTA) pela mão do seu director e encenador Joaquim Benite, iria galgar 40 edições e chegar a 2023 como Festival de Almada estando, desde há muito, a par dos grandes festivais de teatro do mundo, como o de Avignon e de Edimburgo.

Em 2023, por ocasião dos 50 anos da elevação de Almada a cidade, a CTA recebeu a Medalha de Ouro da Cidade pela prestação de serviços distintos e altamente meritórios, de forma exemplar e duradoura; e um desses serviços é precisamente o Festival de Almada que se realiza, sempre, de 4 a 18 de Julho.

Em recente entrevista ao site de notícias Mensagem, Rodrigo Francisco, actual director da CTA, afirmava que “o Festival de Almada tem uma fórmula única no mundo que é o facto de ser organizado por uma companhia de teatro”.

 

Música clássica em expressão no Convento dos Capuchos

Entre 1980 e 2001, sob a direcção artística de José Adelino Tacanho, o Convento dos Capuchos, na Caparica, foi palco do Festival de Música clássica. Um evento que deixou uma marca na identidade cultural do concelho de Almada, mas durante 20 anos foi remetido ao silêncio, em parte por necessárias obras de requalificação daquele edifício histórico.

Duas décadas após a última edição, o Festival Internacional de Música dos Capuchos regressou. Nas Grandes Opções do Plano de 2021, o executivo municipal, liderado por Inês de Medeiros, decidiu retomar a organização do Festival Internacional de Música dos Capuchos, agora num modelo delineado pelo músico e programador Filipe Pinto Ribeiro.

Em 2023, o festival afirmou-se num conceito geral de “cinco séculos de História e cinco séculos de Música”, ou seja. os cinco séculos de história do Convento dos Capuchos, desde a sua construção em meados do séc. XVI, os cinco séculos de criação e interpretação musical, desde a Renascença à música contemporânea.

Este ano, o Festival de Música dos Capuchos, que decorreu de Maio a Junho, baseou-se em “Le Quattro Stagioni”, que Antonio Vivaldi compôs em 1723, passou por de “The American Four Seasons”, escritas por Philip Glass em 2009, a que se juntam os ciclos de estações de Piotr Tchaikovsky, no século XIX, e de Astor Piazzolla, no século XX, e saltou para o palco do Teatro Municipal Joaquim Benite.

No regresso do festival, Inês de Medeiros comentava que este era como um novo sopro de esperança que se manifesta na beleza universal da música. E, poucas dúvidas haverá, de que o Festival Internacional de Música dos Capuchos está cravado na programação cultural de Almada.

 

Festival da lusofonia para ouvir e dançar a ritmos à beira Atlântico

O Sol da Caparica é o festival mais recente do calendário cultural de Almada, começou em 2014 e, desde logo, afirmou-se como o primeiro a nível nacional de expressão exclusivamente lusófona. E continua a não abdicar dessa raiz.

Bem junto à praia da Costa da Caparica, ocupa o espaço do parque urbano da cidade atlântica do concelho de Almada; uma cidade que é cada vez mais chamada a ser palco de festivais musicais como aconteceu este ano com o Festival Sumol Summer Fest que trocou a Ericeira pelo Parque de Campismo do Inatel na Costa.

Este ano, de 17 a 20 de Agosto, o Sol da Caparica volta a impor-se. Vão ser quatro dias de sol, praia, boa música e muita animação para público de todas as faixas etárias. Do pop ao hip hop, do rock à música africana, todos os géneros musicais vão ecoar durante os dias de festival, através dos muitos artistas da Lusofonia que vão passar pelos cinco palcos existentes este ano no recinto.

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