Colectividades centenárias são marcos na cultura das terras salacianas

Colectividades centenárias são marcos na cultura das terras salacianas

Colectividades centenárias são marcos na cultura das terras salacianas

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São três as sociedades que se estabeleceram em Alcácer do Sal desde muito cedo. Fundadas em 1830, 1879 e 1923, persistem ainda no concelho

 

 

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Sociedade Filarmónica Amizade Visconde de Alcácer do Sal

 

A charanga “Sete Estrelas” foi o princípio da história da criação da sociedade filarmónica. Num momento em que Alcácer do Sal era ainda vila e que a música se tornou uma das principais características da vida pública salaciana, eis que o Visconde de Alcácer – chefe do Partido Regenerador à época – funda a 11 de Julho de 1830 a sociedade filarmónica do velho grupo musical do “Sete Estrelas”.

 

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Assim, foram comprados instrumentos e dadas aulas de música para instruir os mais interessados, o que mais tarde lhes concedeu a oportunidade de apresentar uma grande banda que, à época, era considerada uma das maiores da região e um grande símbolo de valor para os alcacerenses.

 

A “Calceteira” como bem é conhecida, apelido dado já em tempos antigos nos inícios das disputas entre as sociedades musicais locais, viria a tornar-se, a 15 de Março de 1842, uma colectividade com estatutos, aberta ao público, e local de reunião e concentração do povo.

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Vários foram os anos em que os membros responsáveis pela sociedade filarmónica estiveram de costas voltadas, mas, em 1860, o cenário mudou.

 

Nascia assim a “Sociedade Filarmónica Amizade”, fruto da resolução dos conflitos de ambas as partes divergentes da colectividade. Só então o espaço ganhou instalações físicas, através do Visconde de Alcácer, que a instalou no “Clube Pedro Nunes”, que é o actual edifício da colectividade, instalado no Largo 25 de Abril.

 

A 11 de Julho de 1880 esta passaria então a designar-se como “Sociedade Filarmónica Amizade Visconde D’Alcácer”, como homenagem ao seu fundador e grande benemérito, que muito serviço prestou às terras salacianas.

 

Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba

 

António de Campos Valdez, Padre Francisco de Matos Galamba, José da Costa Passos, António Alves de Sá Branco, Dr. Joaquim Maria Dias de Vasconcelos, Joaquim Correia Batista, Miguel Maria Esteves, António José Ferreira, João Garcia, Padre João Maria Palmeiro, Henrique Carlos Maria de Paiva, onze ilustres alcacerenses que a 26 de Outubro de 1879 fundaram a Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba.

 

Graças à recusa da Sociedade Filarmónica Amizade Visconde em participar na procissão do Senhor dos Passos, António de Campos Valdez – opositor político do Visconde de Alcácer – despertou a necessidade para a criação de uma nova sociedade filarmónica, que aos dias de hoje é bem conhecida entre os munícipes como a “Pazôa”.

 

Foi o Maestro D. João José Escoto que tomou conta das rédeas da nova banda, grande reconhecimento também para o Maestro José Stichini que criou o que hoje dá pelo nome de “Hino da Sociedade”.

 

A 12 de Setembro de 1915 a colectividade conquista o 2.º prémio de Bandas de Música, em Setúbal, já com a designação de Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba, em homenagem ao Padre Francisco de Matos Galamba, um dos seus fundadores.

 

Depois de várias clivagens, que foram fazendo com que existissem alguns percalços na banda, em 1934 a sociedade filarmónica retoma a sua actividade sobre maestria do Maestro Alfredo Reis de Carvalho.

 

Aos dias de hoje a colectividade contempla uma escola de música, a banda e uma orquestra juvenil, que em conjunto vão animando os certames e festividades de Alcácer do Sal. Esta é reconhecida como uma das sociedades filarmónicas mais activas do concelho.

 

 

Sociedade Primeiro Janeiro Torranense

 

Foi fundada a 1 de Janeiro de 1923, tal como o nome indica e resulta da fusão de duas bandas que já existiam em 1922 – uma delas a Banda Filarmónica do Torrão. A data marca também a criação do Grupo Cénico Torranense, criado com o propósito de levar até às pessoas espectáculos de cultura. O grupo acabou por perder adesão e como tal foi extinto, apesar das sucessivas tentativas das várias direcções em reactivá-lo.

 

Teve as suas primeiras instalações no Largo de São Francisco, na freguesia do Torrão, mas ao dia de hoje estabelece-se na Rua Vicente Rodrigues, legado por José Pereira Moniz Nogueira – benemérito torranense e sócio de honra da Sociedade 1.º de Janeiro – no fim dos anos 40, época até quando subsistiu a banda filarmónica.

 

Por vontade da população em querer continuar com a música e com uma banda naquele espaço António Pimenta, à época presidente da direcção, tudo fez para que a 1 de Outubro de 1980 se fundasse a escola de música.

 

Foi declarada como Entidade de Utilidade Pública pelo Governo português a 22 de Março de 1991. Depois de várias crises e declínios a direcção à frente da sociedade em 2007 “revitalizar” a escola de música e chama várias crianças à escola de música.

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