Seguramente uma das melhores, mais inteligentes e mais emotivas formas de encerrar, musicalmente, a Feira de Sant’Iago
Pedro Abrunhosa é, aos 62 anos de idade, um dos mais respeitados músicos portugueses, com uma longa e notável carreira construída com a solidez que o estudo de Análise, Composição e História de Música, com os prestigiados Álvaro Salazar e Jorge Peixinho, na Escola de Música do Porto, lhe conferiram.
Depois andou pelo mundo do jazz, no qual estudou e tocou com os grandes mestres. Em 1994, em nome próprio, faz história na música portuguesa, com a edição de “Viagens”.
E a música em Portugal, nunca mais foi o que era… “Tempo” (1996), “Silêncio” (1999), “Momento” (2002), Luz (2007), “Longe” (2010), “Contramão” (2013) e “Espiritual” (2018) são os discos de originais que sucederam a “Viagens” e que completam a obra original de Pedro Abrunhosa.
Quase todos temas marcantes numa carreira recheada de prémios, desde Globos de Ouro a Prémios da SPA, passando por galardões de ouro e platina por vendas de quase todos os discos. Os álbuns foram a base de milhares de concertos, maioritariamente esgotados e para grandes multidões, um pouco por todo o mundo.
Algumas gravações ao vivo, complementam a obra que assume, cada vez mais e de forma inequívoca, a abordagem a problemas sociais, políticos e outros com que o mundo em que vivemos se confronta diariamente.
A paz tem sido uma preocupação constante na vida e obra de Pedro Abrunhosa e o recente convite do Papa Francisco para um encontro no Vaticano, mostra a dimensão que a obra e a palavra de Pedro Abrunhosa atingem.
Como refere a sua biografia oficial, Pedro Abrunhosa é um viajante. Escritor, homem de palco por excelência é na estrada que se reencontra. Agora não leva a mochila nem vai sozinho. Na bagagem as canções e, por companhia, o imenso público que arrasta.
Assim foi, assim será, sem qualquer margem de dúvida em Setúbal. Seguramente uma das melhores, mais inteligentes e mais emotivas formas de encerrar, musicalmente, a Feira de Sant’Iago.
Opinião Musical