François ruma ao Trofense e deixa mensagem de gratidão aos vitorianos
François, defesa que chegou a representar o Vitória na I Liga e alinhou pelos sadinos nas últimas três temporadas, está de saída do clube em que se estreou oficialmente na equipa principal em 2009/10. O senegalês, de 33 anos, vai representar o Trofense, formação nortenha que anunciou oficialmente a aquisição depois de na época anterior despromovida da II Liga à Liga 3.
Na hora da despedida, o jogador não conseguiu esconder a emoção por deixar um emblema pelo qual sentirá sempre um carinho gigante. “Tenho muito orgulho por ter envergado esta camisola durante várias épocas. Continuarei a levar-te no meu coração e a alimentar o sentimento que é um dos mais importantes para mim: o respeito”, escreveu na sua conta de Instagram.
O central, que em 2022/23 contabilizou 19 partidas pelos setubalenses e fez um golo (diante do Paços de Ferreira, a contar para a Taça de Portugal), fez questão de deixar uma mensagem de agradecimento ao clube onde chegou com apenas 19 anos. “A minha gratidão será eterna. Obrigado Vitória e vitorianos por todo o carinho que recebi. Um amor que cresceu com o tempo”, vincou.
François, que além do clube assegura que também não esquece a cidade de Setúbal pela forma como o acolheu, agradece a todos aqueles com que se cruzou em 2009/10, 2010/11, 2013/14 e 2015/16 e de 2020/21 até agora. “Graças a ti, Vitória, tornei-me o homem que sou hoje. Obrigado ao clube, ao presidente, a todos os meus colegas e a todas as pessoas com quem tive o prazer de trabalhar ao longo destes anos”.
Carinhosamente tratado por “papá” por muitos dos colegas com quem partilhou balneário, as qualidades humanas de François sempre foram evidenciadas por quem com ele privava dentro e fora das quatro linhas. Como sinal inequívoco do apreço que tinha ao Vitória e aos seus adeptos, François regressou em 2020/21, altura em que o clube foi relegado da I Liga ao Campeonato de Portugal.
O Vitória não esqueceu esse momento e destacou-o na mensagem que publicou no fim-de-semana direcionada ao atleta. “Em 2009, ainda menino, os teus caminhos cruzaram com os nossos pela primeira vez. Não imaginámos, na altura, que entre idas e vindas, regressarias sempre. Que, no pior momento da nossa História, responderias sem hesitar ao apelo dos nossos capitães – porque tens no teu sangue um espírito Enorme, que rapidamente te tornou digno desse nome também”.
Na publicação feita nas redes sociais Facebook e Instagram do clube, os sadinos lembraram que, por mérito próprio, François, ao lado de colegas como José Semedo e Zequinha, também envergou a braçadeira de capitão. “Como um dia disseste: o Vitória estava-te destinado. A nossa braçadeira também. Agora que os nossos caminhos se separam, só nos resta agradecer. Obrigado, François. Onde estiveres, o Vitória estará”, escreveram sobre o defesa que fez 98 partidas oficiais pelos sadinos.
Depois de nas primeiras cinco temporadas o senegalês, que tinha chegado a Setúbal oriundo do Boavista, ter representado os sadinos sempre na I Liga, o centra do Senegal regressou em 2020/21 para actuar no Campeonato de Portugal e, nas duas épocas seguintes, na Liga 3, contabilizando nesses três anos 37 jogos. Antes (2009 a 2011 e 2013 a 2015), o central alinhou em 61 partidas oficiais num registo acumulado de 98 jogos.
O senegalês chegou a Portugal em 2007/2008, na altura para representar os juniores do Boavista, tendo mesmo, na época seguinte, feito parte do plantel principal dos axadrezados. Passou, depois, pelo Vitória, Beijing Guoan (China), Hajer Club e Al Khaleej (ambos da Arábia Saudita), Al-Shamal (Catar), US Gorée (Senegal) e, por fim, regressou aos sadinos, onde esteve nas últimas três temporadas.
Edinho defende “nova era”
Na passada quinta-feira Edinho colocou um ponto final na carreira de futebolista e foi oficializado como novo director técnico do Vitória, na sexta-feira o antigo avançado celebrou o 41.º aniversário. Pela proximidade temporal entre estes acontecimentos, o jogador não conseguiu dissociá-los e deu conta disso mesmo na mensagem de agradecimento que deixou a todos os que o tinham felicitado, confessando que os últimos dias foram intensos. “Estes dias têm sido frenéticos, desde o pendurar das chuteiras e a este novo ciclo, que se tem tornado cada dia mais aliciante”.
O director técnico, que jogou no Vitória em 2007/08 e entre 2016 e 2018, sempre na I Liga, prepara-se vai agora representar o clube fora dos relvados no Campeonato de Portugal. O grau de compromisso, garante, será o mesmo de sempre. “Uma casa e uma cidade que bem conheço, que fazem parte de mim. Tudo farei juntamente com esta estrutura para termos uma equipa e mentalidade fortes, sentido único para aquele que é o objectivo comum a todos os vitorianos: voltar ao mais alto patamar do futebol nacional. É tempo de uma nova era. Nada apaga a grandeza deste enorme clube. A responsabilidade é grande, mas se não fosse não era para mim”.