Fernando Pinto aceita que Câmara de Alcochete fiscalize habitações de migrantes, mas precisa de recursos

Fernando Pinto aceita que Câmara de Alcochete fiscalize habitações de migrantes, mas precisa de recursos

Fernando Pinto aceita que Câmara de Alcochete fiscalize habitações de migrantes, mas precisa de recursos

A ministra Ana Catarina Mendes veio dizer que as câmaras têm de fiscalizar habitações. Fernando Pinto concorda, mas não totalmente

Ana Catrina Mendes, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, afirmou na passada quarta-feira, no CNN Town Hall – Estado da Nação, que é “inadmissível que as câmaras municipais se demitam das funções de fiscalizar [e saberem] qual o número de pessoas que vivem nas habitações [do concelho] e quais as condições em que vivem”.

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A governante referia-se à população migrante tendo em conta as recentes operações das forças de segurança que detectaram várias pessoas na Mouraria e Alcochete a viverem em condições indignas. “É preciso garantir as condições de habitação”, dizia ainda.

As afirmações da ministra, que têm por base a decisão do Conselho de Ministro, em Março, de passar para as câmaras municipais esta responsabilidade de fiscalização, não caíram bem ao presidente da Câmara de Alcochete.

A O SETUBALENSE, Fernando Pinto diz perceber as declarações de Ana Catarina Mendes, mas “não se revê” nas mesmas. É que o assumir desta responsabilidade de fiscalização nas habitações não se faz do ‘pé-para-a-mão’. “A legislação é recente, e a Câmara Municipal de Alcochete tem de preparar recursos humanos e financeiros para desenvolver essas tarefas que passaram para a sua responsabilidade”. Mas deixa bem claro que a autarquia “não se demarca dessas funções”, mas alega que “é preciso tempo”.

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No caso de Alcochete, a condição de habitação da população migrante, diz o autarca, está relacionada com a actividade de apanha ilegal de amêijoa japónica na margem do Tejo em Alcochete e Samouco, um problema que diz vir a combater desde 2017. “Colateralmente a esta actividade existe um problema grande relacionado com habitação, economia, ambiente, de saúde pública e perturbação da ordem pública”, e lembra que tem vindo a denunciar esta apanha junto de várias entidades, incluindo ministérios, para “mitigar ou mesmo erradicar este problema”.

A apanha ilegal de amêijoa japónica no concelho de Alcochete já existe “há 12 anos” e, de ano para ano, “tem ganho maior dimensão”. Para Fernando Pinto esta é a origem do problema que, ultimamente, ganhou mais visibilidade com a actuação das autoridades que veio, entretanto, revelar as condições em que vivem os mariscadores ilegais.

Aliás, o presidente da câmara acredita que este aumento de acções de fiscalização estará relacionado com os muitos alertas que tem dados aos vários ministérios para que ponham fim a esta actividade ilegal.

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Uma hipótese que tem sido avançada é a construção uma depuradora no concelho para tratar os bivalves depois de serem apanhados, mas para o autarca isto não resolve o problema. “O que é necessário é uma intervenção musculada das várias entidades públicas para acabar com esta actividade que gera milhões e sem tributação”, insiste.

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