Com o golo marcado perto do intervalo o Alfarim deixou tudo em aberto para a segunda parte mas o Alcochetense manteve-se firme e repetiu a conquista obtida na época de 2014/15
O Grupo Desportivo Alcochetense foi o vencedor da prova rainha do futebol setubalense porque se superiorizou ao Alfarim na final da competição realizada no Estádio Municipal José Martins Vieira, na Cova da Piedade, que registou uma boa moldura humana, apesar da instabilidade no que respeita ao tempo.
Em confronto estavam equipas de escalões diferentes mas ambas com percursos muito interessantes na competição, sendo de realçar a equipa de Alfarim [da 2.ª Divisão] que havia eliminado três equipas do escalão superior; Olímpico do Montijo, Comércio Indústria e Charneca de Caparica, sempre em terreno alheio.
O Alcochetense entrou muito bem na partida e criou a primeira ocasião aos três minutos numa espécie de canto mais curto ao qual não correspondeu da forma desejada Diogo Moreira, na zona do segundo poste. Fruto da grande avalanche ofensiva acabou por se colocar na frente do marcador com um golo de Diogo Macedo que ganhou a bola na zona do meio campo, progrediu com ela, e disparou à entrada da área com êxito.
O Alfarim procurava reagir mas sentia grande dificuldade de progressão, ainda assim foi a primeira equipa a ganhar um pontapé de canto. E seria precisamente na sequência de um canto que o Alcochetense, aos 30 minutos, chegou ao 2-0, num golpe de cabeça de João Ismael. Pouco tempo depois (38’) a equipa verde e branca esteve perto do terceiro golo mas o guardião do Alfarim, João Oliveira, evitou, fazendo uma grande defesa.
Não marcou o Alcochetense mas marcou o Alfarim por Flávio Amaro (41’) que desviou para o fundo da baliza um cruzamento de Diogo Galvão, relançando a partida.
As equipas regressaram para a segunda parte sem alterações e logo aos quatro minutos o Alcochetense colocou de novo à prova João Oliveira que voltou a estar muito bem, num livre lateral de Nelson Torres.
Entretanto, o Alfarim mostrou-se mais desinibido e o jogo ficou mais repartido tendo a equipa do concelho de Sesimbra desperdiçado uma boa oportunidade (56’) para empatar na sequência de um ataque rápido conduzido por Vavá que deu para Luís Fernandes e este para Bruno Correia que, em boa posição, atirou ligeiramente ao lado, com muito perigo.
O jogo caminhava para o fim e o resultado continuava em aberto mas Rui Carreira, que havia saltado do banco, sentenciou a partida fazendo o 3-1, aos 84 minutos.
No final, devido ao mau tempo, a taça e as respectivas medalhas foram entregues na tribuna onde se encontravam as individualidades, nomeadamente os presidentes das autarquias de Alcochete e Sesimbra, Fernando Pinto e Francisco Jesus, respectivamente.
Conferência de Imprensa: Treinadores e capitães de equipa falaram no final do jogo
No final do jogo os treinadores e os capitães das duas equipas deslocaram-se ao salão nobre do estádio onde se realizou a conferência de imprense, onde ficou bem patente o fair- play de todos eles que se cumprimentaram de forma bastante saudável.
“Foi o culminar de uma boa época”
Topê, treinador do Alcochetense foi o primeiro a falar: “A conquista da taça foi o culminar de uma boa época. Tenho que dar os parabéns aos meus jogadores mas também não posso deixar de dar os parabéns à equipa do Alfarim, que foi digno vencido”.
“A ida à Taça de Portugal vai ser bom para o clube porque o Alcochetense é um gigante adormecido. Estamos muito satisfeitos por estar aqui mas agora é altura de festejar”.
“Em relação ao jogo direi que fomos mais equipa. Na primeira parte remetemos o Alfarim para a sua zona defensiva, encontrámos uma equipa organizada mas conseguimos desorganizá-la com bola. O golo sofrido acabou por afectar um pouco a nossa estratégia e depois fomos um bocadinho pragmáticos na segunda parte”.
“A cereja no topo do bolo”
Para Diogo Piqueira, capitão do Alcochetense “esta vitória representa muito porque estou neste clube desde os 7 anos e é o terceiro título que conquisto. Depois das dificuldades sentidas na época passada pelo facto de termos andado a lutar para não descer de divisão, ficarmos agora em quarto lugar no campeonato e vencer a taça, é como colocar a cereja no topo do bolo. Para mim, como alcochetano, foi muito gratificante”.
“Não saímos envergonhados”
O treinador do Alfarim, Nuno Tavares, estava resignado em relação ao desfecho do encontro. “Na primeira parte não conseguimos ter bola e o Alcochetense foi superior mas mesmo assim conseguimos fazer um golo que deu ânimo à equipa para a segunda parte. Depois, quando estávamos a tentar compor o ramalhete para atacar os minutos finais, sofremos o terceiro golo e tudo ficou decidido. A vitória do Alcochetense foi justa porque foi mais competente. Para nós, estar numa final foi novidade mas não saímos daqui envergonhados”.
“Duplo sentimento”
Alex Correia, capitão do Alfarim, confessou que estava cum um duplo sentimento. “Estou triste porque perdemos [de forma justa] mas também muito contente pelo percurso que fizemos não só na taça mas também no campeonato, há que dar os parabéns a todos os jogadores atletas que fizeram parte da equipa e aos adeptos que estiveram sempre connosco. O resultado não saiu a nosso favor e no campeonato não conseguimos o nosso objectivo mas acho que fizemos uma época positiva.