26 Junho 2024, Quarta-feira

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Ministério Público acusa mãe que matou filho à facada de homicídio qualificado e pede internamento

Ministério Público acusa mãe que matou filho à facada de homicídio qualificado e pede internamento

Ministério Público acusa mãe que matou filho à facada de homicídio qualificado e pede internamento

Mulher de 24 anos mata bebé durante surto psicótico. MP considera-a inimputável e que não tinha noção da realidade quando tirou a vida a Isaac

 

O Ministério Público (MP) acusou Luana Silva, a mãe que matou o filho bebé em Vila Nova de Santo André, em Santiago do Cacém, em Novembro último, de homicídio qualificado, mas vai pedir que o tribunal aplique uma medida de internamento à mulher de 24 anos, considerada inimputável e que não tinha noção da realidade quando matou Isaac.

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O crime ocorreu a 14 de Novembro do ano passado, durante um episódio maníaco de Perturbação Afectiva Bipolar, doença que configura uma anomalia psíquica grave e que foi diagnosticada a Luana Silva em 2019.

Na fase maníaca em que Luana Silva se encontrava, esta ficava sem capacidade para avaliar a ilicitude dos seus actos ou para reconhecer que estava doente e a necessitar de tratamento.

No dia 14 de Novembro de 2022 Luana Silva matou o seu filho à facada durante um surto maníaco bipolar. A mulher vivia sozinha com o filho, Isaac, numa casa alugada na Rua dos Plátanos, em Vila Nova de Santo André, uma vez que estava separada do companheiro.

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Na tarde anterior foi vista por uma vizinha a cantar em alta voz nas escadas do prédio com o menino ao colo. Quando cometeu o crime, durante essa madrugada, saiu para a rua a gritar “está ali o diabo, já o matei”.

Em seguida ligou ao companheiro, de quem estava separada e que vive em França, a contar o que fez. Foi este que ligou às autoridades a informar o que aconteceu, com a GNR e os bombeiros a acorrerem de imediato ao local. O bebé Isaac foi encontrado já sem vida, com vários ferimentos no corpo.

Já Luana Silva, que foi detida pela GNR de Santiago do Cacém, apresentava ferimentos nos pulsos, auto-infligidos, e foi transportada para o Hospital de São Bernardo. Depois foi presente a juiz pelo homicídio e ficou internada preventivamente em hospital psiquiátrico, onde permanece.

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Uma vizinha, Mónica Soares, conta que a mulher não estava bem. “Durante a noite, o bebé chorou muito, ouvia-se pela rua toda e durante a madrugada ela fez aquilo ao menino. Ninguém esperava que isto acontecesse”, refere a vizinha, que chegou a ajudar Luana Silva em momentos anteriores.

Uma semana antes do crime, a mulher de 24 anos deixou o bebé com uma amiga para ir a um psicólogo. “Ela foi ao centro de saúde e encaminharam-na para um psiquiatra, mas não queria ser medicada, só queria falar e deixou o menino comigo para ir ao psicólogo”, explica a amiga, que preferiu o anonimato.

“Ela não me disse o que a incomodava, só disse que queria falar com um psicólogo e assim foi. Fiquei com o menino em casa, que estava bem, enquanto ela foi ao psicólogo. Depois voltou e disse estar tudo bem”, acrescenta.

Luana Silva chegou a trabalhar com a vizinha Mónica Soares numa superfície comercial em Vila Nova de Santo André. A vizinha lembra-se do sonho que Luana Silva tinha, de ter um bebé. “Ela falava sempre disso, que tinha esse sonho e desde que o teve sempre a vi sorridente e feliz com o menino, isto até à tarde de domingo [dia 14 de Novembro]”.

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