Quase dois mil espectadores testemunharam ontem de tarde no campo Santos Jorge, em Pinhal Novo, o triunfo do Vitória de Setúbal sobre o vizinho Pinhalnovense, por 1-2, a contar para a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal
Numa partida emocionante, em que os azuis e brancos criaram muitas dificuldades ao conjunto setubalense, o êxito do Vitória só foi alcançado no prolongamento, após o 1-1 registado no final do tempo regulamentar.
Depois dos golos de Gonçalo Paciência, aos 65 minutos, e de Alain, aos 90+7 (no último dos sete minutos de compensação dados pelo árbitro Bruno Esteves) , o golo do triunfo foi apontado por João Teixeira, aos 113, numa altura em que os sadinos jogavam em inferioridade numérica devido à expulsão do médio Tomás Podstawski (88).
O Vitória entrou pressionante no jogo e logo aos dois minutos ficou com razões de queixa do árbitro Bruno Esteves que não assinalou uma grande penalidade a castigar uma falta cometida por Alain sobre Gonçalo Paciência.
Os adeptos do Pinhalnovense, que viram a sua equipa apostar na tentativa de surpreender em contra-ataque, gritaram ‘golo’ aos 18 minutos, mas o jogo já tinha sido interrompido por falta atacante sobre o guarda-redes Cristiano, que rendeu o habitual titular Trigueira na baliza.
O lance deu ânimo ao clube do Campeonato de Portugal que dava mostras de não se atemorizar pelo estatuto do vizinho da I Liga. Eli Fernandes era o elemento mais perigoso deixando em sobressalto a defesa do conjunto setubalense um par de ocasiões.
Aos 31 minutos, uma perdida incrível de Arnold, que sem oposição, após assistência de Gonçalo paciência, rematou ao lado do poste esquerdo da baliza de Maringá, deixou José Couceiro à beira de um ataque de nervos.
Depois da pausa no jogo para hidratação, de forma a atenuar os efeitos do calor intenso que se fez sentir em Pinhal Novo, a equipa do escalão principal continuou por cima no jogo. Costinha, 37 minutos, e Gonçalo Paciência, 41, visaram a baliza de Maringá, mas sem efeitos práticos, mantendo-se o nulo até ao intervalo.
No segundo tempo, apesar de ter perdido José Semedo por lesão (aos 55 minutos), os sadinos chegaram ao golo aos 65 através de Gonçalo Paciência. O avançado concluiu, de cabeça, uma assistência de João Amaral.
A perder por 1-0, o Pinhalnovense esboçou uma reação, mas as melhores oportunidades pertenciam ao Vitória que, aos 88 minutos, ficou reduzido a dez jogadores por expulsão de Tomás Podstawski.
Em superioridade numérica, os anfitriões chegaram ao empate no último dos sete minutos de compensação dados pela equipa de arbitragem liderada por Bruno Esteves. Depois de um primeiro remate de Eli Fernandes e de um segundo de Li Jiachen, ambos defendidos por Cristiano, o defesa Alain surgiu isolado a rematar para o 1-1 registado no final do tempo regulamentar.
Mesmo com menos um jogador em campo, os sadinos foram mais fortes no prolongamento, conseguindo chegar ao golo que evitou as grandes penalidades e assegurou a passagem à fase seguinte da Taça de Portugal, aos 113 minutos, com um remate colocado de João Teixeira, jogador que tinha substituído João Amaral aos 84 minutos.
Nas celebrações do golo vários adeptos vitorianos invadiram o campo, acabando por obrigar a GNR a intervir para os retirar do recinto. Pelo menos dois apoiantes do emblema setubalense foram detidos pelas autoridades.
Ricardo Cravo (treinador do Pinhalnovense)
“Merecíamos ir às grandes penalidades”
“Fomos claramente superiores ao V. Setúbal hoje (ontem). Dignificámos esta camisola. Temos uma estrutura muito boa e um grupo fantástico de jogadores: alguns vão chegar à Liga porque o merecem. Fizemos um golo limpo, segundo parece, sofremos um de uma falta que não é falta, mas não quero ir por aí. Demos um grande espectáculo, dignificámos mais uma vez a camisola do Pinhalnovense e fizemos um jogo fantástico. Ficou provado que no nosso campeonato trabalha-se muitíssimo bem há bastantes jovens com bastante valor.
Demos seguimento ao trabalho que tem sido feito. Já houve algum cunho pessoal, mas acima de tudo trabalhamos em conjunto. Vamos dar continuidade ao excelente trabalho que temos vindo a fazer. A nossa realidade é o nosso campeonato mas hoje (ontem) ficámos com sabor amargo porque estes jogadores mereciam ir, no mínimo, às grandes penalidades.”
José Couceiro (treinador do V. Setúbal)
“Equipa teve capacidade na adversidade”
“Estava à espera que o jogo complicado. Sabíamos que íamos sentir problemas físicos porque o piso é completamente diferente: é muito abrasivo e houve problemas com bolhas nos pés. Aconteceu isso no caso do Semedo, por exemplo. Até à expulsão fomos claramente a melhor equipa em campo. A responsabilidade de não ter feito o 2-0 foi nossa. E acabámos por sofrer o golo do empate num livre que foi marcado 20 metros à frente.
A equipa teve capacidade na adversidade. Conseguiu ter qualidade para fazer o 2-1. O Pinhalnovense bateu-se bem, mas nós fomos a melhor equipa. Esteve campo é muito difícil e torna complicado que se jogue um futebol mais apoiado.”