Câmara de Setúbal está a negociar revisão do estacionamento tarifado na cidade

Câmara de Setúbal está a negociar revisão do estacionamento tarifado na cidade

Câmara de Setúbal está a negociar revisão do estacionamento tarifado na cidade

|||||||||||||||Flávio Lança

André Martins, presidente da autarquia, disse durante discurso do 25 de Abril que conversações com DataRede estão em curso

 

Na sessão solene comemorativa do 49.º aniversário do 25 de Abril, o presidente da Câmara de Setúbal aproveitou para revelar que o município e a concessionária DataRede estão em conversações no sentido de ser revisto o contrato de concessão do estacionamento tarifado na cidade.

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“Acreditamos que no fim destas negociações alcançaremos melhores soluções globais para a gestão do espaço público, sem esquecer que a tarifação continua a ser a melhor solução para regular o estacionamento em zonas de grande procura”, frisou hoje André Martins.

A partir do palco do Fórum Municipal Luísa Todi, o autarca da CDU desafiou as restantes forças políticas a clarificarem “a sua posição sobre o estacionamento tarifado e que digam aos setubalenses que outras soluções têm para o problema do estacionamento”.

Isto tendo em conta que “até agora, nenhuma força política representada nos órgãos de poder local do concelho contestou a necessidade de regular o estacionamento por via da tarifação”. “Todas reconhecem que esta é a melhor forma de o fazer”, acrescentou.

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O estacionamento tarifado em Setúbal é da responsabilidade da empresa madeirense DataRede há um ano, com a concessão a ser válida por um prazo de 40 anos. Antes, o autarca, ainda no seu discurso do 25 de Abril, relembrou que a edilidade “tem-se substituído ao Governo na execução de obras estruturantes e tomado medidas que protegem as famílias, as instituições e as empresas de Setúbal”.

Como exemplo deu a construção da Unidade de Saúde Familiar de Azeitão, em que “a câmara assumiu a responsabilidade da obra”, que “está na fase final”.

Além disso, sublinhou que “as escolas entregues à câmara por via do processo de transferência de competências estão em muito mau estado e necessitam de obras com um custo estimado de 35 milhões de euros”.

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“Cabe ao Governo garantir o financiamento dessas obras”, disse. Sobre a comemoração dos 49 anos do 25 de Abril, frisou que “saudar e celebrar a Revolução dos Cravos é um dever”. “Naquele dia 25 [de Abril] quando corria o ano de 74 do século vinte, acabámos pacificamente com um regime brutal que prendia, torturava, deportava os que lutavam pela democracia”, relembrou o autarca.

A terminar, André Martins disse que o futuro passa por recusar populismos, uma vez que estes são um retrocesso no 25 de Abril. “Termino a falar de futuro. Do futuro que, diariamente, todos nós, com distintas visões ideológicas, construímos em democracia. Esse é o futuro que, em Abril, nos continuará a unir, recusando sempre aqueles que, com um discurso populista, tentam regressar ao passado”, concluiu.

Presidente da Assembleia Municipal destaca luta dos professores

Em seguida, o presidente da Assembleia Municipal de Setúbal, depois de explicar que “Setúbal é uma terra de Abril” e de relembrar as “lutas operárias que antecederam a liberdade que Abril viu florir”, destacou a luta travada pelos professores nos últimos meses. Na sua intervenção, Manuel Pisco afirmou que “é preciso reconhecer que a educação está em crise”.

“A escola pública tem de ser defendida por ser a única garantia da igualdade de direito no acesso à educação”, sublinhou. Na sessão solene intervieram ainda representantes de todas as forças políticas com assento na Assembleia Municipal de Setúbal.

Para Flávio Lança, da Iniciativa Liberal, no dia em que é assinalado o 25 de Abril, não se pode “deixar de reconhecer a luta que muitos povos em todo o mundo ainda enfrentam para alcançar a liberdade e a democracia”.

“O dia 25 de Abril foi um dia de esperança e renovação para os portugueses, mas também um exemplo de que a liberdade e a democracia são conquistadas com luta e resistência. E é assim que devemos continuar a apoiar as pessoas que ainda lutam pela sua liberdade e direitos em todo o mundo”, frisou.

Já Mariana Crespo, do PAN, afirmou que “Setúbal tem uma história antifascista merecedora de orgulho”, sendo que “recordar Abril é recordar que prossegue a acção reformista e civilizadora na sociedade portuguesa contra obstáculos vários”.

Vítor Rosa, do Bloco de Esquerda, por sua vez, depois de lembrar a “importante data que foi o 1.º de Maio de 1973”, ressalvou que “manter vivo o espírito de Abril implica aprofundar a democracia e combater as desigualdades e a exclusão social”.

Enquanto isso, Luís Maurício, do Chega, explicou que “o processo de descolonização em 1975 foi e continua a ser uma ferida aberta na sociedade portuguesa porque os combatentes do Ultramar, os ‘retornados’, os portugueses nativos das províncias ultramarinas, ainda sofrem com a falta de reconhecimento do seu esforço na defesa dos territórios de Portugal e quase todos se sentem defraudados, enganados e esquecidos”.

O discurso de Rui Lamim, do PSD, focou-se na “esperança”. “Estamos com sérias dificuldades no ‘Desenvolver’, um dos três objectivos da revolução de 74. Temos esperança no diálogo, na ética, na capacidade de gestão e de atingir compromissos que será bem superior à dos actuais gestores e políticas que se mostram incapazes de desenvolver o País. Temos esperança que regressemos ao desenvolvimento”, salientou.

Seguiu-se a intervenção de Marco Costa, do Partido Socialista, que, depois de relembrar o percurso de vários membros da família, nomeadamente do avô José Inácio Costa e do pai Luís Catarino Costa, afirmou que “a história do Partido Socialista mistura-se com a história da democracia e com o ADN da Constituição da República Portuguesa”.

O palco foi depois ocupado por Luís Leitão, da CDU, tendo o deputado municipal sublinhado que, ao comemorarem-se os 49 anos do 25 de Abril, está-se a “afirmar que é do interesse do povo português salvaguardar e projectar no futuro os valores de Abril de modo que a democracia seja assegurada e aprofundada nas suas vertentes políticas, económica, social e cultural no quadro da independência e soberania”.

A sessão terminou com os presentes a interpretarem “Grândola Vila Morena”, de José Afonso, seguida do Hino Nacional.

25 de Abril Hastear da bandeira e cerimónia no monumento à resistência antifascista

As comemorações do 49.º aniversário da Revolução dos Cravos arrancaram com o tradicional hastear da bandeira nos Paços do Concelho de Setúbal, com a banda de música da Sociedade Musical Capricho Setubalense a tocar em simultâneo o Hino Nacional.

Em seguida, foi tempo de ir até ao monumento à resistência antifascista, situado na Avenida Luísa Todi, para a deposição de flores. Na cerimónia, o presidente da Câmara Municipal, André Martins, lembrou Vítor Zacarias, “um homem, um amigo e um resistente antifascista que lutou pela liberdade e pela democracia”.

Falecido em Novembro último, Vítor Zacarias, recordou o autarca, “lutou pela liberdade e pela democracia, foi preso e foi autarca”. “Presidiu à Comissão Administrativa [que governou] a Câmara de Setúbal depois do 25 de Abril.

Ao longo destes últimos anos acompanhou-nos nesta luta”. Já Pedro Soares, da União de Resistentes Antifascistas Portugueses, disse ser “com grande conforto” que verifica que “todos os anos parece que o apelo da luta e pela preservação do regime democrático vai alastrando”. “Vê-se que há cada vez maior sensibilidade para estas questões”, reconheceu.

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