25 Julho 2024, Quinta-feira

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SETÚBAL Comerciantes queixam-se de prejuízos causados pelas obras do Continente Bom Dia

SETÚBAL Comerciantes queixam-se de prejuízos causados pelas obras do Continente Bom Dia

SETÚBAL Comerciantes queixam-se de prejuízos causados pelas obras do Continente Bom Dia

Proprietários dizem que Estrada da Baixa de Palmela esteve cortada durante mais de um mês e que empresa construtora foi prepotente na lidação com os moradores. Pelo menos uma comerciante garante que vai pedir indemnização pelos danos causados

 

O corte da circulação à entrada da Estrada da Baixa de Palmela, em Setúbal, durante cinco semanas causou enormes prejuízos no comércio local, queixam-se os comerciantes daquela zona, que falam em “arrogância” e “prepotência” da empresa construtora do projecto da Sonae, falta de informações e sinalização adequada.

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Rosa Santos, proprietária da RioPneus, no Rio da Figueira, há mais de 22 anos, diz recear que as obras lhe estraguem o negócio de uma vida porque até ao momento já teve grandes prejuízos. “Desde Agosto que temos a obra e vêm os camiões descarregar as mercadorias para o supermercado. Tive aqui um camião a descarregar à porta, o que nos impediu de trabalhar, porque obstruía a entrada na oficina. Isto é uma casa que precisa de movimentar dinheiro, não é chegar ao fim do dia com 15 euros na gaveta”, disse Rosa Santos ao DIÁRIO DA REGIÃO.

As obras de construção do Continente Bom Dia e os acessos e infra-estruturas circundantes começaram no dia 28 de Agosto. De 28 a 9 de Setembro, a construtora contratada pela Sonae comunicou que os trabalhos iriam começar e que a estrada seria reaberta quando terminassem, mas nada aconteceu e, dia 22 de Setembro, os comerciantes do bairro da Urbisado mobilizaram-se e levaram o assunto à Assembleia Municipal. “Fomos todos à Assembleia Municipal, lá ninguém tinha conhecimento de nada. O vereador Carlos Rabaçal ouviu-nos e inteirou-se da situação, houve nova reunião e ele comprometeu-se a que a estrada seria aberta a 30 de Setembro. Nesse dia, tivemos uma reunião na minha casa e foi-nos dito que as obras iriam continuar, mas quando necessitassem de fechar qualquer estrada, ficaria só um sentido encerrado e seríamos sempre avisados”, explicou Rosa Santos.

O problema é que esta terça-feira, 10 de Outubro, a estrada foi cortada à tarde nos dois sentidos simultaneamente, situação que deixou os comerciantes surpreendidos e, mais uma vez, isolados. “Os senhores resolveram fechar a rua (do lado de Palmela), mas mais grave ainda fecharam também o outro acesso (da rotunda da Avenida da Europa). Quem queria entrar para o bairro, não tinha qualquer alternativa, a não ser ir dar a volta ao Bairro do Liceu todo”, afirmou José Augusto.

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Para o gerente da Óptica Santiago, a empresa foi “prepotente, fez bloqueios, não avisou as pessoas nem se deu ao trabalho de pôr uma sinalização adequada e só reagiu quando interpelámos a Câmara para saber o que se passava. E só a partir daí é que a autarquia também se apercebeu das deficiências do projecto e nos acompanhou na luta contra a empresa construtora, que à revelia daquilo que é o bom senso bloqueou a rua durante um mês”.

Já Cidália Silva, directora clínica da Farmácia Santiago registou uma quebra de 14%, face a 2016 e uma quebra acumulada de 20% de facturação, em virtude dos constrangimentos inerentes ao corte do trânsito. “Durante um mês com a estrada fechada, tive mães com bebés pequenos com febre dentro do carro, que vinham das urgências a dizer que não conseguiam chegar à farmácia, porque a circulação estava cortada no acesso à Estrada de Palmela. Isto afectou-me tremendamente.”, diz.

A directora clínica da farmácia fala “em perdas irrecuperáveis, porque as pessoas estão doentes e não voltam a estar. E eu tenho o direito de ser ressarcida seja pela Câmara ou pela entidade promotora. Por isso neste momento, já contratei uma advogada para tratar do assunto, porque doutra maneira não vamos conseguir”.

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Uns metros mais à frente, Mário Pereira, proprietário da loja de bicicletas Bike Experience apontou para um prejuízo de menos 70% de facturação. “Foi um mês inteiro a rua cortada, chegámos a ter a vala aqui à porta e ninguém passava para a loja”.

Ao contrário dos restantes comerciantes, para Dionísio Batista, dono da loja de molduras, Moldurarte, a vinda de um novo supermercado para o bairro tem benefícios para o negócio. “Para mim, é uma mais-valia, porque vai trazer muito movimento à casa. O corte da estrada é um pormenor das obras, que já se sabe que são temporárias”.

De acordo com o contrato de licenciamento, o alvará da entidade promotora da obra termina esta quinta-feira, 12, o que significa que é o último dia para os trabalhos ficarem concluídos. Caso contrário, esta terá que ser embargada. “Estou para ver se eles dia 12 não acabam isto, o que é que a Câmara vai fazer. Os pequeninos é que sofrem, temos perdas, temos compromissos no fim do mês com os nossos colaboradores e não podemos falhar”, questionou Cidália Silva.

Apesar dos constrangimentos, comerciantes e moradores terão de esperar pelo fim da obra e circular apenas num dos sentidos.

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