28 Junho 2024, Sexta-feira

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Falta de profissionais e sucessivos encerramentos de urgências levam a manifestação amanhã

Falta de profissionais e sucessivos encerramentos de urgências levam a manifestação amanhã

Falta de profissionais e sucessivos encerramentos de urgências levam a manifestação amanhã

Presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra e utentes promovem protesto por melhores serviços de saúde

 

A falta de profissionais de saúde e os sucessivos encerramentos de urgências do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) levam a população e os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra a manifestarem-se amanhã.

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Na acção, organizada pelo Fórum Intermunicipal da Saúde, são esperadas centenas de pessoas. A manifestação tem início às 15 horas, com a concentração a acontecer na Praça Vitória Futebol Clube.

Em seguida haverá um desfile até ao Largo José Afonso, onde os autarcas dos três municípios da área de influência do CHS, assim como representantes dos profissionais de saúde, vão intervir.

A iniciativa, cuja realização foi aprovada no dia 23 de Março por cerca de meia centena de participantes no Fórum Intermunicipal da Saúde, convocado por André Martins (Setúbal), Álvaro Amaro (Palmela) e Francisco Jesus (Sesimbra), é organizada com o objectivo de exigir a abertura, em permanência, dos serviços de urgência do CHS.

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Os autarcas, além da insuficiência de recursos humanos no Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do Centro Hospitalar de Setúbal, têm-se mostrado preocupados com a degradação da prestação de cuidados de saúde na região.

O evento pretende juntar as populações da área de influência do Hospital de São Bernardo e os representantes do poder local para exigir a resolução dos problemas que dificultam o acesso dos utentes da região de Setúbal e do litoral alentejano a cuidados de saúde.

Para o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, as obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, que arrancaram oficialmente a 30 de Março, “são um contributo para melhorar as condições de trabalho e ajudar a fixar médicos, mas não resolve aquilo que está em défice há muito tempo e que põe os utentes num autêntico carrocel”.

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“Quando começámos a ter ciclicamente estes encerramentos [de urgências], os autarcas, em representação das suas populações, fizeram saber ao senhor ministro [da Saúde] que não se conformavam com esta situação e que havia de tomar medidas urgentes”, recorda.

Contudo, “a única medida que foi tomada foi um planeamento destes encerramentos temporários e cíclicos”, que não aceitaram “como justa”. Além disso, e uma vez que “são centenas de milhares de cidadãos que se vêem privados desta resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, o objectivo passa “pela fixação dos profissionais de saúde no sistema público de saúde, agilidade na contratação e reforço das equipas”.

“Esta mobilização faz todo o sentido porque estamos a ficar cansados destes ‘pensos rápidos’”, acrescenta, revelando que de Palmela são esperados muitos participantes. “Temos algumas comissões de utentes que se estão a organizar e temos uma que pediu apoio em transporte. Temos procurado fazer esta mobilização junto dos vários actores sociais, que não sendo do sector esta questão diz respeito a todos os cidadãos”, afirma.

Já o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, após o lançamento da primeira pedra do novo edifício do Hospital de São Bernardo, explicou haver “um grande risco” de a obra ficar concluída e de não haver profissionais de saúde para trabalhar no edifício.

“Esse é de facto um grande risco. A ampliação sem profissionais de saúde não serve para nada”, frisou. Foi por este motivo que o autarca disse justificar-se que “os presidentes das autarquias da área de influência do Hospital de Setúbal se continuem a manifestar no sentido de reivindicar que sejam tomadas medidas”.

Enquanto isso, o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, sublinha que “o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, tem mostrado total abertura para falar dos problemas e das soluções para esses problemas nas reuniões efectuadas com os presidentes dos três municípios nos últimos meses, mas continua tudo na mesma”.

“Na última reunião, apesar da boa notícia do início das obras de ampliação do Hospital de São Bernardo e da continuidade do encerramento programado da urgência de obstetrícia, nada nos foi dito sobre o potencial encerramento, também programado, da urgência pediátrica”, afirma.

Isto tendo em conta que a Direcção Executiva do SNS decidiu que, a partir de 1 de Abril, o Hospital de São Bernardo passava a encerrar quinzenalmente a urgência de Pediatria, entre as 21 horas de sexta-feira e as 09 horas de segunda-feira, no âmbito da estratégia de reorganização dos serviços de urgência de pediatria na Área Metropolitana de Lisboa.

Também o serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia está a encerrar no mesmo horário, de 15 em 15 dias. Enquanto isso, a actividade do bloco de partos é suspensa, quinzenalmente, a partir das 09 horas de sexta-feira e até às 09 horas de segunda-feira.

Em entrevista a O SETUBALENSE, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, questionado sobre como vê a tomada de posição dos três autarcas, garantiu não encarar “os presidentes de câmara como adversários”, mas “como aliados do Ministério da Saúde e do SNS”.

“Sempre que eles se manifestam e chamam a atenção para as dificuldades, estão a ajudar o Ministério da Saúde a, também, procurar agilizar as respostas possíveis. É um trabalho de cooperação”, assegurou o governante. Com Lusa

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