Escolas não fecharam na sexta-feira, mas muitas estiveram sem “condições mínimas de segurança para crianças e adolescentes”
A rotunda do Alegro, em Setúbal, ficou coberta por tarjas de protesto e de membros da comunidade educativa na passada sexta-feira, pelas 08h30. Após a Câmara de Setúbal ter decidido que os serviços mínimos decretados para a greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP) “não se aplicava” aos técnicos e assistentes operacionais, estes voltaram às ruas para demonstrar o desagrado vivido pelo sector.
Esta concentração juntou cerca de 200 professores, alunos e pessoal não-docente, provenientes de todos os agrupamentos da cidade, nas bermas da rotunda situada junto ao Centro Comercial Alegro Setúbal, onde fizeram ouvir ‘alto e bom som’ as reivindicações que acompanham estes profissionais desde Dezembro de 2022.
Os cantos de revolta foram intensificando-se, não só pela chagada de mais membros da comunidade educativa, mas também pelos carros que passavam no local que apitavam e gritavam pelas janelas palavras de encorajamento.
A recuperação do tempo de serviço, o fim da avaliação por quotas e aumentos salariais são algumas das premissas que movem o sector educativo a realizar este tipo de acções que, segundo Hélder Abrantes, delegado sindical e um dos organizadores da manifestação, continuam.
Isto porque a decisão do cumprimento de serviços mínimos, imposta por uma comissão arbitral, está a “limitar o direito à greve”, algo que “não deveria acontecer” num estado democrático.
“O fim estará à vista quando o ministro da Educação se dispuser a negociar, com os sindicatos que representam a comunidade educativa, as nossas principais reivindicações”, acrescentou.
Hélder Abrandes também revelou que o único adiantamento destas reuniões, entre os sindicatos e o Governo, foi a vinculação dinâmica de professores contratados, algo que “não resolve o problema” que é vivido na generalidade dos educadores.
Alguns professores tiveram de abandonar o local de manifestação para voltar às respectivas escolas, já que os docentes ainda têm de cumprir com os critérios de serviços mínimos.
No entanto Júlia Batista, impulsionadora do movimento, disse a O SETUBALENSE que as escolas, apesar de estarem abertas, funcionaram “sem condições mínimas de segurança para crianças e adolescentes”.
Durante o protesto da comunidade educativa, o acesso à rotunda ficou parcialmente condicionado em duas entradas, sendo que o trânsito pôde seguir com alguma normalidade por aquela zona viária.