Censura popular manifesta-se através das redes sociais, onde muitos pedem os nomes dos padres em causa
A quebra de silêncio por parte da Diocese de Setúbal, que revelou esta terça-feira ter recebido uma lista da Comissão Independente com os nomes de cinco padres suspeitos de terem abusado sexualmente de menores, tem revoltado a população.
Os populares têm recorrido às redes sociais para demonstrarem a sua profunda indignação, sendo que, na grande maioria dos comentários, é pedida a divulgação dos nomes dos párocos em questão e das igrejas às quais pertencem.
“O povo não devia de ir à Igreja”, “acho que nenhuma criança devia sequer passar perto das igrejas em Setúbal” e “se os superiores souberam e não o denunciaram às entidades competentes são cúmplices” são apenas alguns das dezenas de comentários que foram durante o dia de ontem publicados na rede social Facebook.
Além disso, em reacção ao comunicado publicado pela Diocese de Setúbal, a população defende igualmente que os clérigos identificados na referida lista “têm de ser afastados da Igreja e levados à justiça, como todos os outros que cometem tais actos”.
“Independentemente do “perdão” da Igreja Católica, o que é natural que aconteça por uma questão religiosa, mas agora aplicar-se uma pena, a ser cumprida fisicamente em prisão, tem de ser efectuada o quanto antes para o bem de todos, em especial das crianças/jovens”, lê-se num dos comentários.
Há igualmente quem questione se “a Diocese [de Setúbal] comunicou ao MP [Ministério Público] o crime praticado pelo padre”, referindo-se à notícia de que um dos padres identificados já havia sido afastado por abuso sexual de menores.
“Depois dizem que os católicos estão a afastar-se da igreja. Aliás, pessoalmente acho mesmo que são estes homens os principais causadores desta debandada. Ressalvar que ainda existem padres sério, como em todas as profissões”, refere outro dos comentários.
Há ainda quem afirme que “é a impunidade total dentro de um Estado de direito”. “Como é que alguém vai a uma missa sabendo que pode ter no altar um pedófilo impune que continua a cometer crimes de pedofilia sem ser incomodado?”, questiona uma cidadã. Contudo, há também populares que têm defendido que “a Igreja não é culpada de crimes cometidos por alguns padres”.
Num outro comentário, é possível ler-se: “Deixem a Igreja Católica em Paz! Tudo isto não é caça às bruxas, mas sim ao dinheiro e denegrir a Igreja Católica! Quantos casos nas outras igrejas? Quantos casos nos políticos?”.
Com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) a acontecer no próximo mês de Agosto, há também populares que fazem referência ao evento, comentando que “em vésperas da JMJ é uma vergonha o que estão a fazer contra a Igreja!”.