22 Julho 2024, Segunda-feira

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“Todos temos culpa e aprendemos com os erros e as falhas cometidas´

“Todos temos culpa e aprendemos com os erros e as falhas cometidas´

“Todos temos culpa e aprendemos com os erros e as falhas cometidas´

“Para darmos a volta, só há uma solução: estarmos todos unidos, não há outro caminho”, frisa Hugo Pinto

 

Já depois de o Vitória saber que vai discutir na presente época a fase de manutenção/descida da série B da Liga 3 – prova em que terminou na 9.ª posição – Hugo Pinto, accionista maioritário da SAD dos setubalenses, confessa que no início da temporada actual nunca pensou que o clube estaria nesta altura na situação em que se encontra. “No futebol, diz-se prognósticos só depois do jogo. Olhando para a pré-época que fizemos, claramente nunca imaginámos estar nesta posição”.

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Em entrevista concedida aos canais de comunicação do clube, o investidor assume que os erros cometidos vão ser úteis no futuro. “Na próxima época, o foco será termos aprendido com os erros e isso significa prepararmo-nos muito melhor do que o fizemos. Entendemos que a preparação e pré-época levou-nos a acreditar que estávamos no caminho certo, mas as coisas não aconteceram do ponto de vista desportivo”.

A responsabilidade pelo sucedido é colectiva e não de uma pessoa em particular, sublinhou. “Quando estamos inseridos numa estrutura, todos temos culpa e aprendemos com os erros e as falhas cometidas. Ninguém está aqui a tentar encontrar culpados”, vincou, apelando à união. “Para darmos a volta, só há uma solução: estarmos todos juntos e unidos, não há outro caminho. Para o fazer é com esta equipa, são os que cá estão e são os melhores do mundo”.

Hugo Pinto considera que a pressão de representar um clube com esta dimensão pode ajudar a explicar o que se passou. “Estar num clube como o Vitória não é fácil, há pressão de ganhar. Não seria o Vitória se não fosse assim. No entanto, pode ser sido um factor para que os resultados não tenham acontecido. Todos os que aqui estão são seres humanos e foram afectados pelos resultados negativos. É mais fácil lutar para subir do que para recuperar de uma fase negativa em que tudo corre mal porque a bola vai ao poste ou um jogador é expulso”.

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O representante da SAD lembra que aquando da construção do plantel “a escolha da equipa técnica, da estrutura, dos jogadores foi realizada de forma a trazer experiência de ligas profissionais para acrescentarem valor”. Mesmo os planos não terem sido como se desejava, “o objectivo é no menor espaço de tempo o Vitória voltar ao lugar que merece”, disse, acrescentando que os vitorianos “podem ter a certeza que se está a trabalhar para que isso aconteça”.

 

“Somos uma entidade credível”

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Apesar de compreender e partilhar da mesma tristeza dos adeptos, Hugo Pinto salienta que os últimos meses serviram para consolidar a recuperação do clube noutras áreas. “O Vitória voltou a ter uma paz social, as contas em dia, um projecto. Claro que estamos dependentes da parte desportiva, mas não só. Claramente somos uma entidade credível. Lembro-me de quando chegámos, instituições, fornecedores e até jogadores não queriam estar ligados ao Vitória. Hoje é diferente. A credibilidade está cá e isso é fundamental para o crescimento da marca e do projecto”.

Questionado sobre os 62 milhões de euros de dívida que encontrou quando em Outubro 2021 adquiriu 89% do capital da SAD e no impacto que esse valor tem na gestão diária, o investidor é peremptório. “Não haverá outro clube na Liga 3, até duvido na 2.ª Liga e poucos na 1.ª que tenham estas preocupações. Com o orçamento que temos deveríamos conseguir pagar outro volume de salários, fazer investimento em infraestruturas, mas a realidade é que o passado está cá, para o bem e para o mal”.

Sobre as dificuldades, o PER (Processo Especial de Revitalização) é uma dor de cabeça permanente, admite. “Efectivamente, o PER é uma preocupação que temos. Gostávamos de nos focar unicamente na parte desportiva, mas não podemos. Temos todos os meses contas avultadíssimas para pagar. Temos de longe o maior orçamento da Liga 3 e não estamos a falhar com nada, mas tem sido difícil. Dou como exemplo, o facto de a FIFA e FPF não terem aceitado o PER (Processo Especial de Revitalização) levou-nos a fazer investimentos que estavam direccionados para outras finalidades”.

 

“Orgulho de ter tudo em dia”

 

E acrescenta: “O Vitória está impedido de beneficiar credores e tivemos de arranjar entidades terceiras que comprassem essas mesmas dívidas. Não havia outra forma de o fazer. Desde que aqui estou não houve uma janela em que pudéssemos inscrever jogadores. É sempre o mesmo problema. Hoje o Vitória pode orgulhar-se de ter tudo em dia e isso é fundamental”, transmitiu na entrevista difundida nas redes sociais do clube.

Em relação ao trabalho desenvolvido, Hugo Pinto destaca o que foi feito numa SAD que praticamente não tem receitas. “A SAD do Vitória não tem receitas que cubram as suas despesas. Quando o clube estava na I Liga havia as receitas televisivas, a publicidade… Havia milhões de orçamento e hoje tem zero e isso torna difícil a gestão. O plano estratégico deu-nos as linhas orientadoras. Estamos a trabalhar na questão da solidariedade social, já fizemos algumas iniciativas e, claramente, vamos fazer mais. Na Formação, só na Várzea e sem receitas, o investimento já foi superior a 120 mil euros. No Estádio, 100 mil euros, desde a substituição do relvado à melhoria das condições para receber os nossos sócios”.

“Hoje a marca Vitória voltou a ser credível. É verdade que os objectivos desportivos não estão a acontecer, mas tudo o resto, que envolve a marca Vitória, está a acontecer. A gestão tem sido feita de forma profissional, temos um sistema informático que não tínhamos. Está a ser feito para que o Vitória não volte a passar pelo que sucedeu em 2109/20. Na altura, se as coisas estivesse organizadas e profissionalizadas não teria acontecido o que aconteceu [descida administrativa]”.

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