São um grupo desde Novembro de 2021 e têm juntado músicos de vários locais. Prometem continuar projecto com novo trabalho
Pedro Venceslau na voz e na guitarra, João Figueiras na bateria, Fóssil no baixo, Guilherme Silva na primeira guitarra, João Nunes na segunda guitarra e Moshiko Givan no violino. Foi o trabalho destas seis pessoas que deu corpo ao álbum “Rua”, primeiro trabalho da banda Caravananana.
Formaram o grupo musical em Novembro de 2021, mas as experiências musicais já vinham de muito antes. Em entrevista a O SETUBALENSE, o grupo musical conta como nasceu a ideia de fazerem música. “A banda surgiu comigo [João] e com o Pedro, conhecemo-nos num bar e como somos os dois skaters, foi troca de conversa, ele toca guitarra e não sabia que eu tocava bateria. Começámos a fazer uns sons e desenvolveu-se tudo assim”.
Ao longo dos tempos cruzaram caminhos com outros músicos que tiveram também interesse em fazer parte deste plano. “A banda começou connosco, depois foram aparecendo uns amigos. Ao início é sempre assim, aparece sempre alguém a perguntar se nós temos uma banda, dizem que tocam algum instrumento e que querem experimentar tocar connosco”.
O nome, que fica no ouvido a primeira vez que se ouve, surgiu com a ausência de uma sala de ensaios, que obrigou a que João e Pedro encontrassem um lugar onde pudessem tocar diariamente. João prontificou-se a arranjar a solução. “O nome da banda surgiu porque eu tenho uma caravana e como não tínhamos sala de ensaios íamos lá para dentro ensaiar”.
Para quem não os conhece, os Caravanana são “uma banda de rock’n’roll clássico, blues, mas também sem barreiras”, tal como os próprios se descrevem. Dizem não querer definir-se com um estilo musical único, que existe muito por explorar, e é esse o caminho do grupo. “Fazemos coisas que nos fazem sentido, temos músicas em que também juntamos reggae ou funk. Gostamos de muitos estilos e de muita música, acabamos por incorporar na nossa música também. Mas é uma mistura de várias influências e sons que gostamos”.
É com toda esta necessidade de juntar estilos musicais que surge o álbum “Rua”, que além de João Figueiras e Pedro Venceslau, junta músicos de outras nacionalidades, algo que a banda diz ter acrescentado outra dinâmica. “Este álbum foi construído com um amigo nosso que é israelita e toca violino, outros amigos também na guitarra. Foi uma sessão basicamente no estúdio do Montijo. Levámos uma data de músicos e começámos a experimentar sonoridades”.
“Encher chouriço”, “A minha”, “Fogo” e “Vagabond Blues” são as quatro músicas que compõem o projecto classificado pelos Caravananana como “a necessidade de crescimento da banda”. Questionados sobre qual a música do álbum que mais fazia sentido para cada um, a resposta acabou por ser consensual, e dada por João Figueiras. “’A Minha’, sem dúvida. Também foi a música que mais trabalho deu a produzir. Já vínhamos com a música na cabeça e é a que mais tem a nossa identidade e também é a que gostamos mais de tocar”.
Prometem não parar por aqui. Enquanto trabalham na divulgação do novo projecto, simultaneamente já está em construção um outro disco. “Já estamos a preparar outro álbum, temos ainda de fazer algumas misturas de sons, alinhar tudo a nível da produção”.
O novo álbum já contará com a participação do membro mais recente da banda, Mauro Tagarroso. João Figueiras conta que Mauro Tagarroso “entrou na banda este Verão”. “Começámos a fazer viagens na minha caravana e tocávamos muito na rua”.
São nas ruas sadinas que os três vão atraindo a curiosidade de quem passa por lá. “A malta que anda na rua conhece-nos porque nós começámos a tocar na rua, na Praça do Bocage, no Largo da Misericórdia, também no Largo das Machadas, na Ribeira Velha”.
Foi também em festivais de Setúbal que começaram a tocar em palcos. Com passagem pela Bloc Party em 2022, uma iniciativa do município de Setúbal integrada no programa do mês de Março, dedicado à juventude. Tocaram ainda na Feira de Sant’Iago, em Setúbal, e continuaram pelo país fora, onde acabaram mesmo por organizar uma tour. “O ano passado começou a ascensão aqui na zona de Setúbal. Tocámos na Bloc Party, em 2022, também no segundo palco da Feira de Sant’Iago. Tocámos em Lisboa, Évora, arranjámos alguns barzinhos onde também começámos a tocar”.