27 Junho 2024, Quinta-feira

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Diocese de Setúbal nega que administrador diocesano tenha recusado responder à comissão

Diocese de Setúbal nega que administrador diocesano tenha recusado responder à comissão

Diocese de Setúbal nega que administrador diocesano tenha recusado responder à comissão

Relatório refere que Padre José Lobato não respondeu às chamadas. Sacerdote “nunca recebeu qualquer contacto”

 

A Diocese de Setúbal nega que o Administrador Diocesano de Setúbal tenha recusado responder à Comissão Independente no âmbito da elaboração do relatório que apresenta as conclusões do estudo dos abusos sexuais contra crianças na Igreja Católica Portuguesa.

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O relatório, divulgado esta segunda-feira, refere que “um bispo (Beja) e um administrador diocesano (Setúbal) nunca responderam às chamadas”, mas a Diocese de Setúbal, através de comunicado, garante que “o Padre José Lobato nunca recebeu, para a realização de uma entrevista, qualquer contacto da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa”.

Na origem da situação estará “a mudança de D. José Ornelas, então Bispo de Setúbal, para a Diocese de Leiria-Fátima”.

Isto tendo em conta que “o primeiro convite da comissão aos responsáveis diocesanos para uma reunião foi lançado a 25 de Fevereiro de 2022 e o segundo a 17 de Março do mesmo ano, datas que coincidiram com a mudança de D. José Ornelas”, que foi Bispo de Setúbal até 28 de Janeiro último.

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“A partir desse momento e até à sua tomada de posse, a 13 de Março, governou interinamente a Diocese de Setúbal, tendo recebido os dois convites da Comissão Independente: um na qualidade de Administrador Diocesano de Setúbal (em Fevereiro) e outro na qualidade de Bispo de Leiria-Fátima (em Março)”, justifica a Diocese sadina.

Já o Padre José Lobato “foi eleito Administrador Diocesano de Setúbal a 14 de Março”, relembra a Diocese de Setúbal, revelando que depois de uma conversa “com Ana Nunes de Almeida, membro da Comissão Independente, concluiu-se que houve certamente uma falha de comunicação neste tempo de transição, afirmando a socióloga não ter havido qualquer indício de recusa [do sacerdote] em ser entrevistado”.

No que diz respeito aos Arquivos Diocesanos a “situação [é] diferente”, uma vez que “nesse caso, os contactos do Grupo de Investigação dos Arquivos Eclesiásticos Diocesanos foram já feitos com o Padre José Lobato, que recebeu o grupo de historiadores em Setúbal, por duas vezes, abrindo totalmente os arquivos para que pudessem levar a cabo o seu trabalho”.

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Segundo o relatório, elaborado pela comissão coordenada pelo médico pedopsiquiatra Pedro Strecht, a Diocese de Setúbal, que abrange nove dos 13 concelhos do distrito, identificou entre 11 a 25 testemunhos.

O documento revela ainda que Setúbal é o quarto distrito do País onde vivem actualmente mais vítimas de abuso sexual na Igreja em Portugal, havendo registo de 30 pessoas. Já no que diz respeito ao concelho onde aconteceu o primeiro abuso, Setúbal surge na 14.ª posição, com oito casos identificados.

O relatório, que teve como foco de análise “a pessoa vítima de abuso sexual na infância e adolescência” entre 1950 e 2022, foi elaborado “a partir de 512 testemunhos”, sendo que a recolha de informações começou em Janeiro do passado ano.

A Conferência Episcopal Portuguesa convocou para o próximo dia 3 de Março, em Fátima, uma assembleia plenária extraordinária para analisar o documento.

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