Socialistas consideram “grave” e repudiam posição assumida pelos comunistas
A Federação Distrital de Setúbal do PS desafia as gestões autárquicas da CDU em Seixal e Sesimbra a voltarem atrás na atribuição de pelouros aos vereadores que foram eleitos pelo Chega. O repto surge na sequência da entrevista de Armindo Miranda, responsável pela Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP, à Popular FM e a O SETUBALENSE, no passado dia 10.
Na entrevista, o comunista acusou a gestão socialista na Moita de se apoiar no vereador eleito pelo Chega para conseguir maioria no executivo, apesar de o autarca daquele partido não ter recebido pelouros. Ao invés do que sucede em Seixal e Sesimbra, situações que Armindo Miranda justificou com aquela que é a prática habitual do PCP nas autarquias: oferecer pelouros a todos os eleitos.
A estrutura distrital do PS critica “o reconhecimento do PCP dos acordos que estabeleceu com dois vereadores eleitos nas listas do Chega, nos concelhos de Sesimbra e Seixal, em que lhes são atribuídas funções executivas”. “Trata-se de uma posição grave, que merece o nosso repúdio. Tanto mais quanto o PS, em Sesimbra, ofereceu condições de governabilidade à CDU, ao contrário do que este partido fez ao PS na Moita, em que as condições de governabilidade são idênticas”, consideram os socialistas, em nota de Imprensa.
Ao mesmo tempo, o PS reafirma “total intransigência com o Chega ou eleitos” do partido liderado por André Ventura e dispara: “Não contribuiremos para a normalização deste partido e voltamos a desafiar o PCP para quebrar os acordos de governabilidade que estabeleceu com o Chega nas diversas autarquias e que agora o responsável regional do PCP assume sem pudor.”
Os vereadores eleitos pelo Chega, de resto, passaram a independentes nas três autarquias.
Na mesma nota, os socialistas explicam ainda a saída dos municípios de Almada, Barreiro e Moita da Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS).
“O PCP quebrou o compromisso assumido com o PS, que apenas viabilizou a eleição da direcção da AMRS com o compromisso de diminuição imediata do orçamento – associado à diminuição das quotas pagas pelos municípios. O PCP recusa-se a diminuir o orçamento de uma estrutura que nenhuma utilidade tem revelado aos cidadãos”, afirmam. E reforçam, a concluir, que “o PCP é incapaz de provar a utilidade e retorno dos milhões investidos” na AMRS pelos municípios, os quais “pagam uma quota muito superior à que pagam para a Área Metropolitana de Lisboa”.