27 Junho 2024, Quinta-feira

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Setúbal é o quarto distrito onde vivem mais vítimas de abuso sexual na Igreja

Setúbal é o quarto distrito onde vivem mais vítimas de abuso sexual na Igreja

Setúbal é o quarto distrito onde vivem mais vítimas de abuso sexual na Igreja

Relatório da comissão independente revela que em oito casos o primeiro abuso aconteceu no concelho

 

Setúbal é o quarto distrito do País onde vivem actualmente mais vítimas de abuso sexual na Igreja em Portugal, havendo registo de 30 pessoas. A informação é avançada pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa, em relatório ontem divulgado, no qual é ainda revelado que Almada, com 13 residentes, é o concelho do distrito no qual moram mais vítimas.

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Já Lisboa, com 148 casos, Porto, com 64 vítimas, e Braga, com 43 testemunhos, são os três distritos onde foram identificadas actualmente mais vítimas de abuso sexual. De acordo com o mesmo documento, a Diocese de Setúbal, que abrange nove dos 13 concelhos do distrito, identificou entre 11 a 25 testemunhos à comissão independente, que tem como coordenador o médico pedopsiquiatra Pedro Strecht.

Já no que diz respeito ao concelho onde aconteceu o primeiro abuso, Setúbal surge na 14.ª posição, com oito casos identificados. O referido relatório, que teve como foco de análise “a pessoa vítima de abuso sexual na infância e adolescência”, foi elaborado “a partir de 512 testemunhos”, sendo que, “em Portugal, os cinco distritos com mais depoentes são, por ordem decrescente, Lisboa, Porto, Braga, Setúbal e Leiria”.

No documento, é ainda explicado que “um administrador diocesano (Setúbal) nunca” respondeu “às chamadas da comissão independente”, que considerou “importante ouvir, através de entrevistas, os actuais líderes da Igreja Católica Portuguesa”.

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“A Igreja em Portugal abrange hoje 20 dioceses e o Ordinariato Castrense, a Diocese das Forças Armadas e de Segurança. Três delas – Setúbal, Bragança e Angra – estavam no momento das entrevistas em ‘sede vacante’, isto é, não tinham qualquer bispo à sua frente”. A Conferência Episcopal Portuguesa convocou para o próximo dia 3 de Março uma assembleia plenária extraordinária para analisar o relatório.

A comissão independente, constituída “após um convite dirigido a Pedro Strecht no final de 2021 por parte de D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa” e então Bispo de Setúbal, “definiu como objectivo o estudo dos abusos sexuais de crianças por membros ou colaboradores da Igreja, entre 1950 e 2022, para um melhor conhecimento do passado e adequada acção preventiva e de intervenção futura”.

Os trabalhos arrancaram em Janeiro de 2022, tendo sido definido “o tempo de um ano como prazo de duração dos mesmos, com a apresentação final de um relatório”.

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A comissão independente, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, é ainda constituída por Álvaro Laborinho Lúcio, antigo ministro da Justiça e juiz conselheiro jubilado, e por Ana Nunes de Almeida, socióloga e investigadora.

Integra igualmente a comissão independente a cineasta Catarina Vasconcelos, assim como o médico psiquiatra Daniel Sampaio e a assistente operacional Filipa Tavares, além de terem também contado com “a participação do sociólogo Vasco Ramos, da psicóloga clínica Ana Sofia Varela e da jornalista Catarina Pires”.

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