Empresário apresentou proposta ‘promissora’, que acabou por deixar proprietário do espaço de mãos a abanar
O restaurante Novo 10 está encerra[1]do há mais de um mês, após o proprietário Manuel Teixeira ter sido ‘enganado’ por Ricardo Moutinho. O empresário portuense, que admitiu já ter criado mais de 500 empresas, deve 700 mil euros ao dono de um dos restaurantes mais conhecidos de Setúbal, que se encontra actualmente de portas fechadas.
Ricardo Moutinho é um empresário que ficou conhecido por ter recebido 300 mil euros da Câmara Municipal de Caminha para a construção de um pavilhão que não existe. A empresa, Etapas Avulso, é apenas uma entre as várias do empresário, que ficou conhecido na sequência de uma polémica com a autarquia de Caminha, quando recebeu 300 mil euros para a construção de um pavilhão que nunca chegou a ver a luz do dia.
No caso do Novo 10, um negócio em 2019 deixou a vida de Manuel Teixeira arruinada. O dono do restaurante, que, na altura, em busca de algum descanso, viu na proposta de Ricardo Moutinho uma excelente oportunidade de negócio, tendo em vista a pré-reforma. Tudo começou no Verão de 2019, quando em mais um dia com casa cheia nas três salas e na esplanada do restaurante Novo 10, o empresário Ricardo Moutinho, que lá se encontrava a almoçar, pediu para se reunir com a gerência, no intuito de apresentar uma proposta de investimento.
Manuel Teixeira, em declarações à TVI, explica que o empresário portuense se apresentou como uma pessoa “simples e cativante”. Foi dessa forma que Ricardo Moutinho deu início a um processo que se viria a revelar mais tarde como um engodo. Manuel Teixeira e os restantes só[1]cios do Novo 10 assinaram o Contrato-Promessa Compra e Venda com a empresa Etapas Avulso de Ricardo Moutinho em Julho de 2019. Nesse contrato ficou acordado que, durante cinco anos, mensalmente seria paga uma verba de 25 mil euros, até aos cinco anos para se fazer a escritura.
Os talões de fecho de caixa a que a TVI teve acesso mostram que no período de gerência do restaurante, a empresa de Ricardo Moutinho chegava a ter facturações diárias de mais de cinco mil euros. As primeiras falhas chegaram logo no primeiro Inverno, quando a rendas começaram a chegar cada vez mais tarde, até que deixaram de ser pagas. O dono do restaurante, Manuel Teixeira, explica que quanto a isso o contrato, assinado por Ricardo Moutinho e pelos sócios da Etapas Avulso, é claro.
“À falta de pagamento pontual de alguma das entidades acima indicadas, devendo nessa data os segundos outorgantes devolver aos primeiros outorgantes as chaves do estabelecimento”, lê-se no contracto disponibilizado por Manuel Teixeira. A devolução das chaves nunca aconteceu e em Dezembro do ano passado, após ter trocado as fechaduras do estabelecimento, o proprietário, no interior do restaurante, foi surpreendido pelo empresário Ricardo Moutinho.
“Nós vimos o Ricardo a partir o vidro e a montra caiu entre mim e ele. Eu só tive tempo de segurar o martelo na mão dele, porque ele queria invadir o espaço, visto que nós tínhamos mudado as fechaduras”, explica em declarações à TVI. O proprietário adiantou ainda que não pode colocar o restaurante a funcionar, uma vez que a juíza encarregue pelo caso deu ordem ao empresário portuense para entrar no restaurante novamente.