Municipio de Alcácer do Sal está a preparar investimento para evitar degradação e potenciar uso do imóvel
A Praça de Touros João Branco Núncio, em Alcácer do sal, vai ser um pavilhão multiusos para continuar a acolher corridas tauromáquicas, mas também outros eventos. O anúncio de que o município pretende investir na reabilitação e transformação do imóvel foi feito pelo presidente da autarquia, Vitor Proença, na última reunião pública do executivo.
Na reunião em que foi aprovado o Orçamento Municipal para 2023, que inclui já uma verba para a elaboração do projecto, o autarca explicou que a Câmara Municipal está a negociar um contrato de comodato do imóvel, com a Santa Casa da Misericórdia de Alcácer do Sal, que é a proprietária, para que o investimento possa ser financiado por fundos comunitários através de uma candidatura do município.
“Há um risco enorme de degradação, de [a estrutura] começar a cair”, justificou Vitor Proença, acrescentando que a ideia é que a praça de touros passe a ser um multiusos “para que Alcácer possa ter espectáculos, incluindo corridas de touros”.
Orçamento Municipal de 38 milhões aprovado apenas pela CDU
Na mesma reunião do executivo foi aprovado o Orçamento Municipal para 2023, apenas com os votos da maioria CDU uma vez que os vereadores do PS votaram contra.
O documento, que inclui verbas para, entre outras coisas, a construção do centro náutico de Alcácer (1,2 milhões) e a aquisição de um novo autocarro para o município, foi classificado, por Vitor Proença, como um “orçamento de continuidade”. O presidente sublinhou, no entanto, que estão previstos “projectos novos que visam empurrar Alcácer no sentido do desenvolvimento”.
Quantos aos números, o orçamento prevê uma receita total superior a 38 milhões de euros, mais dez milhões do que o orçamento deste ano, e uma despesa com pessoal de 13 milhões de euros. Esta rubrica, reconheceu o autarca comunista, “onera fortemente” o orçamento porque, segundo explicou, inclui a integração de 90 trabalhadores ao abrigo da transferência de competências na Educação e cobre os aumentos salariais e de subsídios de insalubridade dos funcionários municipais.
O PS votou contra por considerar que o orçamento sofre “dos mesmos vícios” dos orçamentos anteriores, nomeadamente de empolamento das receitas. Pelas contas do vereador Gabriel Geraldo, a receita não vai chegar para cobrir a despesa prevista. “Sendo a execução [orçamental] de 90%, o orçamento real será de 27 milhões. Só as remunerações de pessoal, 13 milhões, e a aquisição de outros serviços, 14 milhões, ultrapassam o orçamento.”, disse o vereador do PS.
No final, tanto a CDU como o presidente da autarquia apresentaram declarações de voto e o presidente atacou a oposição.
“O voto contra dos três vereadores do PS mostra que estão contra o pagamento de ordenados aos trabalhadores e aos fornecedores e ao apoio ao movimento associativo”, atirou Vitor Proença.