27 Junho 2024, Quinta-feira

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Mário Cruz traz realidade de poluição e pobreza extrema a exposição no edifício EDP em Almada

Mário Cruz traz realidade de poluição e pobreza extrema a exposição no edifício EDP em Almada

Mário Cruz traz realidade de poluição e pobreza extrema a exposição no edifício EDP em Almada

Sobrevivência humana num cenário de catástrofe ambiental no dia-a-dia de uma comunidade que vive e sobrevive entre o lixo de um rio considerado morto, em Manila

Hoje, sábado, às 18h00, é inaugurada, com visita guiada, a exposição de Mário Cruz, “Viver entre o que é deixado para trás” (Living Among What’s Left Behind), acompanhada pelo próprio fotógrafo. Uma mostra que abre ao público amanhã, 16 de Outubro no Antigo edifício da União Eléctrica Portuguesa (Edifício EDP) e vai estar patente até 30 de Dezembro.

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É uma exposição pensada para alertar, e choca logo desde a entrada no edifício. Mais do que contar, é de ver, sentir e cheirar. No interior, a instalação recorre à reprodução em grande formato das fotografias tiradas pelo fotojornalista ao longo do Rio Pasing, em Manila, e também a fotografias originais, tiradas em formato Instax (fotografia instantânea da Fujifilm).

Mário Cruz em 2018 passou um mês num cenário arrepiante de poluição e pobreza extrema onde vive uma comunidade ao longo dos 27 quilómetros do Rio Pasing, que atravessa a cidade de Manila onde reside 1 780 milhões de pessoas. “A realidade é chocante. É oportunidade de mostrar a realidade de pessoas que vivem num rio de lixo”, comenta o fotógrafo a O SETUBALENSE.

São imagens que levam o visitante a um rio considerado biologicamente morto desde a década de 1990. Um rio que chegou a ser o centro económico de Manila, mas onde, actualmente, 21,6% da população vive abaixo do limiar da pobreza. Sobrevive entre a poluição nas margens de um rio onde a água está coberta de lixo, e é também desse lixo que essa comunidade retira algum dinheiro, vendendo o que encontra que possa ter ainda algum valor, como garrafões, tampinhas, cartão e panos. São homens, mulheres, novos e velhos e muitas crianças.

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Algumas, quando cansadas, nem do rio saem para dormir. Foi esse registo de uma criança a dormir num colchão que flutua entre o lixo, de todo o género, muito dele plástico, no Rio Pasing, que deu a Mário Cruz com “Living Among What’s Left Behind” – vencedor do World Press Photo 2019 -, o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores pela Melhor Exposição de Fotografia de Fotografia 2019.

Além do Rio Pasing, que fotografou em 15 locais.  Mário Cruz revela as casas onde vive uma comunidade; não casas, mas sim centenas de estruturas empilhadas em risco de colapsar ao longo de um canal de água que, por coberto de lixo, não permite ver a água. Um dos piores exemplos é o esteiro de Magdalena localizado perto do centro Médico, um dos arranha-céus na zona; a fotografia revela um contraste impressionante.

A primeira foto tirada por Mário Cruz começa logo por contar a realidade desta população ao longo do rio, a viver em casas construídas com o que retira do lixo e, em pano de fundo, os edifícios da cidade.

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Nascido em 1987, Mário Cruz é fotojornalista multipremiado dedicado a temas pouco mediatizados, alertando para realidades humanas pouco conhecidas, mas merecedoras de atenção e reflexão.

Vencedor de dois prémios do World Press Photo, Mário Cruz arrecadou outros prémios nacionais e internacionais com trabalhos como “Talibés – Modern Day Slaves”, “Roof” ou “Recent Blindness”. Conta com trabalhos publicados na Newsweek, no International New York Times, no Washington Post, na CNN ou no El Pais.

 

 

 

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