26 Junho 2024, Quarta-feira

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“Se as operadoras não cumprirem existem passos formais que têm de ser dados”

“Se as operadoras não cumprirem existem passos formais que têm de ser dados”

“Se as operadoras não cumprirem existem passos formais que têm de ser dados”

Numa altura em que se avizinham manifestações, Rui Lopo diz que empresa metropolitana “não tem parado” para resolver problemas

 

Passados quase quatro meses do início do serviço da Carris Metropolitana na área 4, assegurado pela Alsa Todi nos concelhos de Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, e cerca de três meses depois da Transportes Sul do Tejo (TST) ‘pegar’ no transporte rodoviário de passageiros na área 3, que abrange Almada, Seixal e Sesimbra, os problemas verificados no arranque da operação não estão ainda resolvidos.

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A falta de motoristas continua a ser um problema transversal aos dois lotes, situação agravada com o arranque do ano lectivo. Quem o diz é Rui Lopo, administrador da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), ao sublinhar a ineficiência das operadoras na contratação de profissionais.

Qual o balanço que faz do serviço nas áreas 3 e 4?

O balanço daquilo que é entrada do serviço propriamente dito, não é positivo em absoluto. Tem circunstâncias diferentes, em municípios e em câmaras municipais diferentes. A área 4, que foi a primeira, não entrou bem por um conjunto de questões laborais que se colocaram à empresa e que depois foram sendo gradualmente corrigidas. A situação não ficou completamente sanada devido à contínua falta de motoristas, que não permitiu melhorar e aumentar o serviço. Aquilo que a Carris Metropolitana propõe passa por um aumento da oferta em 40% face àquilo que existia antes da covid-19.

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Nesta área, o serviço foi melhorado no Verão e voltou agora a ter problemas no início do período escolar, em que há um aumento da procura. Para que haja um aumento de serviço é necessário que haja mão-de-obra. As empresas comprometeram-se, em sede do concurso que ganharam, ao qual ninguém os obrigou a concorrer, a terem essa mão-de-obra. Uma vez que não a apresentam, há impactos significativos para as pessoas. A área 3 também não arrancou bem porque o operador não começou com o grau de compromisso que tinha assumido. Não começou com todos os recursos humanos que eram necessários e isso teve alguns impactos negativos. No entanto, é hoje uma situação que tem sofrido uma crescente melhoria.

Vão ser aplicadas sanções?

O trabalho da Carris Metropolitana tem duas dimensões. Uma delas é resolver o problema das pessoas, sempre. Ou seja, não estamos à espera dos formalismos e da burocracia para falarmos com o operador ou para reunir as equipas técnicas e exigir que corrijam o serviço tão depressa quanto possível. Muitas vezes, a exigência passa até por ajudá-los em coisas que não tínhamos de ajudar. Não se tem parado na TML. No entanto, há processos jurídicos que têm de decorrer. Se as operadoras não cumprirem com um determinado aspecto contratualizado, existem passos formais que têm de ser dados.

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Além da contratação de mão-de-obra, o que pode melhorar o serviço?

O caderno de encargos é muito claro: o serviço tem de crescer 40%. A área 4 teve um problema no arranque que não se prendeu com nada que tenha a ver com serviço ou falta de trabalhadores. Foi uma questão laboral entre a empresa que funcionava à época e os trabalhadores que dela vieram e que saíram do serviço. Ou seja, a falta de motoristas que existe hoje não existia há um mês e meio. É perante essa situação que o operador tem de repor rapidamente o número de recursos humanos necessários à prestação dos serviços que existem. Parece-nos que, assim que a operadora consiga colocar o número de recursos humanos necessários aos serviços que estão contratualizados, a situação regularizar-se-á.

O serviço é agora melhor do que o prestado pelas anteriores empresas?

Em Portugal, até agora, os operadores rodoviários falhavam, não punham horários, não tinham carreiras e tinham autocarros velhos sem fiscalização. As intenções da Carris Metropolitana são melhores do que isso e, se são melhores, nós temos de trabalhar para que elas sejam cumpridas.

Quais são essas intenções?

Que haja uma marca única que promova horários em todas as paragens dos autocarros. Que haja um sítio para pôr horários em todas as paragens dos autocarros. De repente, parece que já nos esquecemos que existiam sítios no Distrito de Setúbal onde não havia um único horário e onde não sabíamos a que horas é que passava o próximo autocarro. Parece que tudo o que estava lá atrás era bom e não era. Por vezes, acho que vivemos em universos paralelos, onde o que se quer sublinhar são as coisas que correm mal, ao invés das intenções concretas do projecto. A TML tem um ano e pouco e, por isso, a nossa tarefa é implementar uma coisa por cima de algo que já estava a ser feito. A nossa missão é corrigir e, infelizmente, vamos corrigir em cima de coisas que já existiam. O serviço tem de entrar em funcionamento normal e só depois disso é que vamos conseguir melhorar ainda mais aquilo que já existe.

Quando é que as pessoas vão poder sentir essas melhorias?

Hoje já transportamos cerca de 80 mil pessoas por dia nas áreas 3 e 4. Claro que há muita gente afectada, por falhas de autocarros, por atrasos significativos, que sobretudo têm a ver com a falta de motoristas, mas o número de reclamações é, ainda assim, uma minoria. No entanto, isso não significa que as pessoas que reclamam não tenham razão. Desde a primeira hora que pressionamos os operadores e actuamos junto deles, mas a questão dos motoristas é uma matéria que não está ao nosso alcance. A TML não tem essa missão. São eles que têm a obrigatoriedade de nos mostrar que estão a trabalhar. No caso da área 3, a operadora tem um programa de recrutamento do qual nos vão dando conhecimento mensal do saldo líquido de trabalhadores e parece-nos que tem tendência a fluir favoravelmente até ao final do ano. Já na área 4, há mais de um mês que acompanhamos a questão do recrutamento de trabalhadores, os quais aguardamos com expectativa. Temos trabalhado à procura de soluções alternativas para que a lacuna de motoristas seja o menos notada possível nos serviços. Na primeira semana de aulas isso não foi possível, mas esperamos que durante a próxima semana esta melhoria já seja notada. No entanto, a resolução só acontecerá quando vierem os 60 motoristas prometidos.

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