Paulo Silva, actual vice-presidente da Câmara do Seixal, vai substituir Joaquim Santos na liderança do executivo municipal
Joaquim Santos vai deixar a cadeira da presidência da Câmara do Seixal na próxima quarta-feira. Na passada sexta-feira, o autarca comunista deu a saber, por escrito, ao órgão executivo – vereadores – que “renúncia ao mandato autárquico 2021-2025 no órgão Câmara Municipal do Seixal”, uma decisão que tem “efeitos a 28 de Setembro de 2022”. O lugar passa a ser ocupado pelo actual vice-presidente, Paulo Silva.
No mesmo ofício, Joaquim Santos expressa “enorme gratidão à população do concelho do Seixal e ao Partido Comunista Português pela confiança no exercício de funções executivas autárquicas ao longo de mais de 20 anos ao serviço do Poder Local Democrático de Abril”, ao mesmo tempo, confirma ser substituído pelo seu “camarada” Paulo Silva. Um nome que há muito vinha a ser falado, mas não formalmente confirmado.
Referindo-se ao novo presidente, afirma que este “prosseguirá com renovada energia e maior determinação o Projecto Autárquico da Coligação Democrática Unitária, elevando de forma superior o serviço público de excelência da Câmara Municipal do Seixal e qualidade de vida da população”, lê-se no ofício assinado por Joaquim Santos, a que O SETUBALENSE teve acesso.
Por último deixa palavras dirigidas aos trabalhadores da autarquia pela mais-valia do trabalho que desenvolvem no município, e de “profundo agradecimento” a todas as forças vivas do município e à população.
Neste momento a cumprir o terceiro mandato consecutivo, Joaquim Santos estaria impedido de se recandidatar em 2025. Há bastante tempo que se falava que não iria levar o actual mandato até ao fim, mas dentro do executivo comunista apenas havia silêncio. Inclusivamente, em Julho deste ano, em entrevista a O SETUBALENSE, Paulo Silva afirmava: “A única certeza que posso dar é que se o meu partido [PCP] confiar em mim, e se a CDU ganhar as eleições autárquicas no concelho do Seixal em 2025, nessa altura serei o presidente da Câmara Municipal. Até lá, é apenas especulação”.
Aos 55 anos, Paulo Silva vai mesmo ficar a liderar um executivo em que a CDU não tem maioria absoluta. Cinco foram eleitos pela coligação comunista, quatro pelo PS, um pelo PSD e outro pelo Chega, que passou a independente.
Pelo meio ficou um caminho até à renúncia agora anunciada que começou a 10 de Agosto com Joaquim Santos a começar por negar à imprensa a sua saída. Mas, horas depois, era o próprio PCP a dar conta que isso iria mesmo acontecer. E, às 21h33, através da sua conta pessoal no Facebook, o líder do executivo municipal afirmava que ia mesmo renunciar, mas não dizia quando. Afirmava ainda: “Continuarei a ser militante do PCP e irei ter novas tarefas no meu partido”.