26 Junho 2024, Quarta-feira

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Dois veleiros atacados por orcas ao largo de Sines

Dois veleiros atacados por orcas ao largo de Sines

Dois veleiros atacados por orcas ao largo de Sines

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No espaço de 24 horas houve dois ataques, não existindo feridos registados

 

Dois veleiros sofreram ataques de orcas ao largo de Sines no espaço de 24 horas. O primeiro ocorreu em frente à Zambujeira do Mar, nesta segunda-feira e o segundo, o mais grave, na tarde de terça-feira, ao largo de Melides. Não houve feridos registados, mas o veleiro onde seguiam três tripulantes teve que ser rebocada para Sines pela embarcação da Estação Salva-Vidas de Sines, para o porto de recreio.

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Através de uma publicação no grupo de avistamento de orcas no Facebook, o velejador alvo da interação com os animais, nesta tarde de terça-feira, pelas 14 horas, descreve que o grupo de quatro ou cinco orcas atacou o leme do veleiro, durante cerca de 20 minutos. Tentou colocar a embarcação em marcha a ré, uma manobra conhecida pelo homem que a experimentou com sucesso pela primeira vez, Marc Herminio, e que tem sido adotada desde então, mas sem sucesso. Também parou o motor, como as autoridades recomendam, mas o grupo de animais embateu sucessivamente na embarcação até partir o leme e perder o interesse.

Na tarde de segunda-feira, o veleiro Sail La Vie, de Lisboa, foi alvo de uma interação perigosa por um grupo de orcas quando passava ao largo da Zambujeira do Mar.

Tomás Barradas, 41 anos, de Oeiras, conta que seguia de Lagos rumo a Sesimbra sozinho quando avistou as orcas. “Passava à vela perto da Zambujeira do Mar e senti um movimento no leme. Um grupo de cerca de cinco orcas danificaram o leme e vi pedaços de esferovite no mar”. O velejador ligou o motor da embarcação, recolheu a vela e colocou-a em marcha à ré.

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“Quando efetuei a manobras elas perderam o interesse, mas regressaram mais duas vezes, andei algum tempo às voltas de marcha à ré até que o grupo desapareceu”, afirma o velejador de 41 anos. “Não sei se foi um ataque, as orcas pareciam bem objetivas em comer o leme”.

Foi a primeira vez que Tomás Barradas teve um encontro com orcas. “Foi um episódio stressante e não é difícil manter a cabeça fria perante estes encontros”. O velejador Tomás Barradas conseguiu repelir o grupo de animais e seguiu rumo a Sesimbra com o leme danificado, mas sem necessidade de reboque.

Até 2019 não havia registo de interações com estes animais que desde sempre passaram ao largo da costa na rota do atum, mas a partir de 2020 começaram as interações, muitas perigosas. A maior parte das ocorrências são registadas em Espanha, mas em Portugal, em 2020, houve 17 ocorrências, oito das quais com danos nas embarcações, nomeadamente o leme. Em 2021 foram registadas 61 ocorrências, 26 com danos. Este ano, até início de agosto, o número baixou. Houve 18 interações, das quais sete embarcações com danos, uma das quais naufragou em Sines, no início de agosto.

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Entre março e agosto as orcas rumam a sul, desde a Galiza ao Estreito de Gibraltar, seguindo a migração do atum e entre setembro e outubro regressam a norte, passando a Galiza rumo a norte.

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