Três dias de festa e partilha num Avante! onde cabem todas as artes

Três dias de festa e partilha num Avante! onde cabem todas as artes

Três dias de festa e partilha num Avante! onde cabem todas as artes

Como já se consolidou na sabedoria popular, “se a vida são dois dias, a Festa do Avante! são três”, e um universo de opções

 

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A Quinta da Atalaia vai abrir os portões, no fim da tarde desta sexta-feira, para acolher a Festa do Avante!, porventura, a maior realização político-cultural que acontece anualmente no nosso país desde 1976.

Ainda que organizada pelo Partido Comunista Português, é um acontecimento aberto a gente de todas as cores políticas, todos os credos religiosos, todas as etnias ou de tendências de qualquer índole, excepto nazi-fascistas. Basta flanar por aquele vasto e maravilhoso espaço ribeirinho do Tejo para nos darmos conta desta realidade, talvez, nos tempos que correm, um pouco invulgar, tanto em Portugal como em outros cantos do mundo.

A Festa, todavia, não se resume ao salutar convívio, à música, ao teatro e cinema, gastronomia de todas as províncias da nossa terra e outras estrangeiras, desporto, jogos tradicionais, debates, feiras do livro e do disco, cerca de quatro centenas de pavilhões internacionais… Ela também reserva um lugar muito especial às artes plásticas e à divulgação da ciência.

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“A arte não avança, move-se”

Este ano, que não calha na Bienal da Festa, o Espaço das Artes Plásticas está assegurado por uma exposição colectiva patenteando obras das mais distintas expressões artísticas, desde a pintura à gravura, desde o desenho à escultura e fotografia, assinadas por 35 artistas. O nome do certame, “A Arte não avança, move-se”, é retirado de uma frase de os “Cadernos de Lanzarote”. Segundo os organizadores, “é ao mesmo tempo um apelo à reflexão e uma homenagem a José Saramago”, que este ano cumpriria 100 anos de vida.

Sabe-se que os convites contemplaram os artistas que “têm colaborado com alguma regularidade nas diversas exposições da Bienal ou noutras actividades de carácter artístico”, disse à Imprensa Francisco Palma, um dos organizadores, acrescentando que “esta opção se justifica pelos tempos em que vivemos, nos quais os artistas, e em especial os artistas plásticos, sentiram um enorme agravamento das condições em que poderão dar visibilidade aos seus projectos artísticos”.

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Quanto ao resultado que se pretende alcançar, “é o de sempre”, ou seja, “apresentar no espaço das Artes Plásticas da Festa uma exposição com uma presença muito significativa no que respeita à liberdade criativa, à resistência, à transformação da vida e à diversidade artística”.

Francisco Palma lembra que as artes plásticas se impuseram na Festa do Avante logo na sua 2.ª edição, em 1977. “Elas foram uma referência em muitas outras edições, através de diversos eventos, projectos, intervenções ou manifestações artísticas relevantes, para os quais se convidou artistas nacionais e estrangeiros, grupos, escolas ou associações de artistas”.

É agradável que isto possibilite o encontro entre os artistas e os frequentadores assíduos de exposições, bem “como os que só ali têm contacto com obras de arte e os seus criadores”. Tal contacto com a arte, sublinha Francisco Palma, “é sempre um convite à nossa capacidade reflexiva e crítica, através de uma experiência estética que procura perturbar o nosso conhecimento e a nossa sensibilidade”.

Ciência, um espaço incontornável

Segundo os organizadores, é um dos espaços incontornáveis, “prova da diversidade experienciada na Festa e, em simultâneo, da importância desde sempre atribuída pelos comunistas portugueses – que tiveram e têm, entre os seus militantes, destacados cientistas e investigadores”.

Este ano o meditar científico tem como lema “Conhecer, Respeitar e a Agir”. Sobre o assunto diz Augusto Flor, membro da direcção da Festa e responsável pelo grupo de trabalho da ciência: “Pretendemos conhecer os vários tipos de resíduos, é preciso respeitá-los porque o senso comum das pessoas desvaloriza-os e é necessário agir em relação aos mesmos, do ponto de vista pessoal, político e social”.

O Espaço Ciência procurará uma “visão integrada sobre os resíduos, construída a partir de vários pontos de vista”. Os primeiros dois módulos vão ocupar-se da explicação dos “conceitos básicos dos resíduos através do olhar das ciências naturais e sociais”. Todavia, frisa Augusto Flor, a “Biologia, a Geologia e até a Engenharia de Materiais são essenciais para perceber os resíduos”.

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