28 Junho 2024, Sexta-feira

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Tradição da Festa das Vindimas em Palmela conta com quase seis décadas

Tradição da Festa das Vindimas em Palmela conta com quase seis décadas

Tradição da Festa das Vindimas em Palmela conta com quase seis décadas

|||Festa das Vindimas em Palmela ocorre desde 1963|Cartaz do 10º aniversário da Festa das Vindimas

 

Final de Verão significa início de Outono e com ele vem as vindimas, a tão aguardada época pelos proprietários e trabalhadores das vinhas. Esta é também uma altura de festa e convívios entre familiares, amigos e amantes da vinha que visitam algumas regiões para participar na tradição da colheita das uvas, uma herança milenar que melhor representa Portugal.

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A história do cultivo da vinha na Península Ibérica remonta aos anos 2000 a.C., embora envolta em muitas dúvidas e mitos, quando os mais antigos habitantes deram início ao seu cultivo e à sua comercialização, o que originou uma tradição que se mantém até hoje.

Em Palmela, a época das vindimas é esperada por todos com muita expectativa e entusiasmo, não só pelo resultado do trabalho de um ano na vinha, mas também pela festa que é celebrada anualmente nesta altura e que ocorre desde 1963.

A ideia da celebração de uma festa surgiu de um grupo de amigos que se revoltou com a decisão do pároco da região de Palmela de cancelar a procissão do Senhor dos Passos devido à sua degradação. À época, este evento trazia muito movimento ao concelho.

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Para retomar a azáfama que esse dia trazia, o grupo reuniu com o objectivo de organizar uma festa no concelho que exaltasse a cultura e a riqueza vinícola da região. Na altura, outros locais como Moita, Montijo e Alcochete já realizavam grandes festividades e, por isso, a população de Palmela tinha também essa ambição. Esta reunião ocorreu em Dezembro de 1962.

Da reunião saiu a primeira comissão da Festa das Vindimas composta por Álvaro de Carvalho Cardoso, presidente da câmara municipal de Palmela, Jacinto Augusto Pereira, vice-presidente da câmara de Palmela, Arthur da Silva Botelho Donga, Manuel Rodrigues Pinto, Joaquim Augusto Costa, Vitor Manuel Barrocas Borrego, Ezequiel Rodrigues Caleira, Ulisses Caetano de Oliveira Machado, João Luís Camolas de Oliveira e Silva, Firmino Camolas Contente, Acácio Ezequiel Chula e Henrique Miranda Rodrigues. A 1 de Janeiro de 1963, Manuel Rodrigues Pinto já tinha o orçamento para a primeira edição da Festa das Vindimas.

Álvaro Cardoso formou ainda uma equipa a fim de planear um programa diferente das festas que já se realizavam na altura. Foi na festa do vinho em Jerez de la Fronteira, Espanha, que tirou a ideia do cortejo dos camponeses, da pisa da uva e da bênção do primeiro mosto. Para a escolha da data, sabiam que esta teria de apanhar o primeiro domingo do mês de Setembro, uma vez que era o único que estava disponível. A Festa das Vindimas iria então realizar-se depois das festas da Atalaia e antes das festas da Moita.

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Outro desafio igualmente importante passava por obter apoios financeiros. Para tal, organizou-se um peditório entre a população, onde todos contribuíram com o que podiam, demostrando o grande desejo e ambição em ter uma festa da terra, que pudesse receber gentes da região e desenvolver o comercio local.

A primeira Festa das Vindimas de Palmela arrancou em 1963. Contou com quatro dias de arraial, música, cortejos e fogos. No primeiro domingo do mês de Setembro realizou-se um almoço regional, oferecido aos órgãos de comunicação social, de modo a apresentar o evento. Esta estreia foi um êxito e atingiu números inéditos de visitantes.

Actualmente, o evento mantém o seu programa, com destaque para três momentos emblemáticos: a gala de eleição e coroação da rainha da festa das vindimas, o cortejo etnográfico e a pisa da uva e bênção do primeiro mosto.

A festa continua a atrair milhares de visitantes à vila e a contribuir para o desenvolvimento socioeconómico e vitivinícola da região de Palmela.

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