Um grupo de jovens que transforma o mundo com talento

Um grupo de jovens que transforma o mundo com talento

Um grupo de jovens que transforma o mundo com talento

Um movimento que teve origem nas ruas de Palmela e que hoje em dia transforma a vida de adolescentes em risco de exclusão social e idosos isolados por todo o país

 

Acreditam que cada pessoa tem um superpoder, um talento escondido que pode ajudar a tornar o mundo num lugar melhor, através do incentivo à participação cívica. Intitularam-se ‘Transformers’, pois garantem transformar a vida de quem por eles passa.

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São um movimento formado por jovens que começou nas ruas de Palmela e hoje está presente em mais de 20 cidades a nível nacional. Recrutam “super-heróis” espalhados pelo país, jovens com mais de 16 anos que através do seu melhor talento podem transformar a vida de adolescentes em risco de exclusão social e idosos isolados.

“Queremos que o talento seja um veículo para trabalharmos problemas sociais e para que as pessoas fiquem mais conscientes sobre o mundo à sua volta”, afirma Joana Moreira, CEO da associação.

“Escola de Superpoderes”, que já arrecadou uma mão cheia de prémios, é o nome do projecto que trabalha com turmas com baixos níveis de aprendizagem escolar ou grupos de adolescentes sinalizados pelas entidades locais.

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Ao receberem uma visita do ‘Movimento Transformers’ são convidados a desenvolver uma actividade extracurricular ao longo de um ano lectivo. No final da experiência são desafiados a encontrar soluções para um problema da comunidade onde vivem, através do talento que escolheram.

Joana Moreira garante que os resultados são sempre promissores e relembra o ano em que alunos de uma escola básica da Amadora quiseram aumentar o número de dadores de medula óssea com base no que aprenderam no hip hop.

“Os miúdos criaram um espectáculo de hip hop, onde eles próprios actuaram, convidaram bailarinos conhecidos e o custo de entrada era a inscrição no registo nacional [de dadores de medula óssea]. Ainda conseguiram recolher 232 novas inscrições”, conta.

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Com o projecto de inclusão social, a associação profissionalizada desde 2015 conseguiu reduzir em 44.3% a taxa de insucesso escolar dos adolescentes aprendizes e garantir que muitos deles se tornem Transformers ao abraçarem o cargo de mentor. “É o maior indicador de sucesso que temos”, garante a responsável pela associação.

De Transformer a Reformer

Se as escolas de superpoderes são direccionadas para os mais novos, com o projecto “Reformers”, a associação garante não esquecer “os milhares de idosos sozinhos” em Portugal.

“Invadem” os lares e centros dias para levar os idosos a experimentar actividades nunca antes realizadas. Ter aulas de skate, saltar num trampolim ou até aprender a ler e a escrever estão entre os pedidos concretizados pela associação.

“Existe a ideia de que quando uma pessoa chega a uma certa idade só quer fazer hidroginástica ou visitar capelas, o que não corresponde à verdade. Queremos combater o idadismo e garantir que estas pessoas fazem o que gostam nos últimos anos de vida”.

A ideia concedeu-lhes a vitória da 10ª edição do Prémio BPI Fundação “La Caixa” Seniores, realizada este ano, possibilitando alargar o projecto a mais cidades.

Além das iniciativas de voluntariado, os Transformers são recrutados por entidades nacionais para consciencializar à participação social. Na mais recente parceria estão a trabalhar em conjunto com o Alto Comissariado para as Migrações e a garantir que os jovens estrangeiros são envolvidos na comunidade.

Joana Moreira acredita que estão num “bom caminho” para uma “sociedade interessada e inclusiva” e não esconde estar satisfeita com os resultados alcançados ao longo de doze anos: “É o que nos faz levantar todos os dias de manhã”, reforça.

Joana Ferreira foi de aprendiz a mentora

Aos 17 anos, Joana Ferreira orgulha-se de ser mentora no projecto “Escola de Superpoderes” e poder partilhar o que sabe com os mais novos. Está a terminar o ensino secundário e, todos os dias, depois dos estudos dá aulas de dança.

“É uma experiência muito gratificante”, conta. “Fui criando uma relação de intimidade com os meus alunos e eles sentem que me podem contar tudo sobre a sua vida. É bonito de se ver”.

Conhece as necessidades e inseguranças dos alunos pois também já esteve do outro lado. Tornou-se aprendiz do ‘Movimento Transformers’ com apenas nove anos e admite que a experiência moldou a pessoa em quem se tornou: “Tinha um feitio muito forte. Não dava o braço a torcer”.

Além de se sentir uma pessoa “mais compreensiva”, reconhece as aprendizagens que guarda para a vida: “Olhar para os outros e não ver apenas o que queremos. Compreender que todos têm problemas e receios”.

O futuro é uma incógnita, mas se há algo que a jovem tem a certeza é do seu papel enquanto transformadora da sociedade: “Uma vez Transformer, Transformer para sempre”, garante.

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