Conseguiu reerguer o Grupo Folclórico e Humanitário de Sesimbra, que estava em estado de necessidade, e acabou envolvido no mundo das associações, no concelho e no país
Nascido em Évora, André Antunes veio, aos seis anos, morar para a Quinta do Conde onde continua a viver. Estudou no concelho de Sesimbra, entre a Quinta do Conde e a Escola Secundária de Sampaio, e manifestou sempre interesse pelas ciências humanas e sociais.
“Sempre tive esse gosto e talvez tenha delineado o percurso que fi z até à faculdade, onde me licenciei em Ciência Política, no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, e que exerço até profissionalmente, no Instituto de Segurança Social de Setúbal”, começa por contar.
Questionado sobre quando o associativismo começa a fazer parte da sua vida, o jovem de 25 anos partilha que a resposta pode assumir dois caminhos diferentes. “Às vezes digo que dei o pontapé de partida no movimento associativo na universidade, mas se for criterioso foi até antes, no 9.o ano, quando reunimos um grupo de alunos e criámos uma comissão de finalistas para organizar a nossa viagem de fi nalistas”, diz. “Na faculdade, recebi um convite de uma colega para ser parte da lista que ela encabeçaria e fui durante dois anos vice-presidente do Núcleo de Estudantes de Ciência Política”, adianta.
Em 2018, surge “a necessidade de ir para a frente com o Grupo Folclórico e Humanitário do Concelho de Sesimbra, que esteve mesmo para fechar portas. Não tinha experiência nesse sentido, e fez-me reflectir, mas também não queria deixar de dançar”. André já era bailarino de folclore desde 2007, completando agora os seus 15 anos deste feito.
“Era uma pena ficarmos sem rancho folclórico no concelho de Sesimbra. Aceitei e de imediato reuni com todos os elementos do grupo para avaliar disponibilidades”, continua.
A 17 de Março recebe “um voto de confiança”, com oito pares a actuar na Casa do Alentejo. “Fiquei surpreendido. Meses antes tínhamos actuado com três pares e para mim foi uma prova de que o grupo não era para acabar. Ficou claro que temos capacidade e havíamos de avançar. Auscultei os elementos do grupo e num abrir e fechar de olhos compus os corpos sociais, fomos para eleições e fui eleito com oito votos”, refere.
O grupo, que divide a sua actividade entre o folclore e as dádivas de sangue, soma hoje perto de 80 sócios. No presente, “já estamos a pensar em grande. Como as coisas são demoradas e queremo-las para ontem, vamos delinear um projecto, um objectivo, de daqui a três anos estarmos a lançar a primeira pedra da nossa sede. Vamos construir com as nossas mãos”. O plano passa por um espaço museológico que sirva a população e inclua em simultâneo a sede do Grupo Folclórico e Humanitário onde este realiza os seus ensaios.
Tornar o grupo numa referência é objectivo para o futuro
Com os olhos postos no futuro, o presente tem vindo a ser risonho e André Antunes partilha com orgulho: “Quem diria que passados dois anos de pandemia estávamos a fazer seis deslocações para fora do concelho?”. Tal é, no seu entender, “resultante de um trabalho e esforço grande, não dependendo do financiamento das autarquias para desenvolver as nossas actividades. Somos uma associação que pode ter bastante progressão e ser uma referência no distrito de Setúbal a nível do folclore e das dádivas de sangue também”.
O grupo tem tido muitos jovens a aderir e André Antunes sente-se “um privilegiado. Esta experiência e o sucesso que vim a ter com o desempenho dessas tarefas abriu-me outras portas e deu-me algum reconhecimento por parte da população e de outras entidades que começaram a chamar-me para outros projectos”.
Fez parte da Comissão Organizadora da Feira Festa, em representação do grupo, e através desta experiência foi convidado para pertencer à direcção da Federação das Colectividades do distrito de Setúbal, da qual é vice-presidente há dois anos.
É também tesoureiro no Centro Cultural, Social e Recreativo A Voz do Alentejo e integra o conselho fiscal da Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde, sem esquecer a mesa da assembleia geral da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue. “Tenho aproveitado todas as oportunidades para adquirir competências e conhecimentos e também ser útil à comunidade, dar o meu contributo, fazer as coisas acontecer e a verdade é que já não sei estar de outra forma”.
Define o movimento associativo do distrito de Setúbal como “fundamental, muito forte e dinâmico e a força do povo faz com que nunca vá morrer. Podemos até um dia mais tarde chamar-lhe outra coisa, mas será sempre um movimento onde as pessoas se interligam”, remata.
André Antunes à queima-roupa
Idade: 25 anos
Naturalidade: Évora
Residência: Quinta do Conde
Área: Associativismo
Com vontade de aprender, move-o o facto de poder contribuir para fazer a diferença na comunidade