Aluno de mérito da Escola D. João II no secundário, o projecto de intercâmbios European School Network abriu-lhe as portas para viagens que moldaram o seu percurso até hoje
Duarte Mayer nasceu em Lisboa, mas o facto de ter crescido em Setúbal, onde vive até agora, fá-lo sentir-se “inegavelmente setubalense”. Estudou sempre em escolas da cidade, com destaque para a Escola Secundária D. João II, onde começou “a participar mais activamente na vida da comunidade escolar”. Ao integrar o European School Network, programa internacional de intercâmbio entre escolas secundárias europeias que haveria de mudar a sua vida, viajou até França, Holanda e Itália.
“Com coordenação da professora Adelaide Botelho, fazíamos vários projectos de intercâmbio e todos os anos recebíamos alunos de mais de 25 escolas da Europa. Cada escola tem o seu projecto e na D. João II, na Open Air Activities Week, que ajudava sempre a organizar, praticávamos actividades náuticas, desportos e mostrávamos a cidade a todos os estudantes”, refere. “Recebíamos os jovens em nossa casa tal como depois também ficávamos nas suas e visitávamos os projectos das respectivas escolas. Neste meu percurso tive professores que me inspiraram mesmo e foram um apoio incrível”, continua.
Nestes projectos de intercâmbio, que lhe trouxeram amigos que mantém até hoje, “ia para a escola com eles, estava em casa deles, contactava com as famílias e isso foi muito enriquecedor. Permitiu-me conhecer outras culturas e aperfeiçoar algumas línguas, o que para a minha formação e área de interesses foi uma oportunidade mesmo maravilhosa”.
Gosto pelas temáticas trabalhadas tornou-o num aluno de mérito
Neste mesmo período, “por ter entrado numa área de que gosto realmente, Línguas e Humanidades, comecei a ter um grande interesse por praticamente todas as cadeiras e isso fez com que me dedicasse mais. Adoro história, línguas, arte também”. Duarte Mayer conta ainda que ao longo do seu percurso académico nunca foi “um aluno marrão. Trabalhava e era organizado. No secundário, com o objectivo de entrar naquela licenciatura bem definido, estava a estudar algo de que gostava mesmo e por isso aconteceu tudo de uma forma natural”.
No decorrer da licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que terminou recentemente, o jovem participou no Programa Erasmus. “Efectivamente trouxe uma bagagem muito forte do secundário. Tenho um grande interesse pela história, arqueologia, geografia e especialmente pelas línguas e esse foi um grande trunfo, especialmente para Erasmus, que foi na minha opinião uma das experiências mais enriquecedoras de sempre”, partilha. “Estive em Itália, em Trieste, e mergulhei mesmo muito. Não tive tanto aquela experiência de estar com outros alunos estrangeiros, foi mais entrar mesmo na cultura e foi fantástico, dos melhores momentos da minha licenciatura”, adianta.
Fez amigos italianos, aprendeu a língua muito rapidamente e considera que em Itália teve “algumas das cadeiras” e leu “dos livros mais interessantes” da sua vida. A licenciatura, no seu todo, foi “uma excelente oportunidade para conhecer pessoas novas, alargar alguns horizontes, aperfeiçoar algumas competências que tinha e estudar uma série de coisas diferentes, e que acho interessantes, juntas no mesmo espaço”.
Entre planos para o futuro, encontra-se a preparar as candidaturas a mestrado, “deixando algumas opções em aberto porque há várias coisas que não me importava de estudar e que me vejo a fazer”. Nesta fase, considera ainda que “por ter conhecido tantas pessoas, realidades diferentes e opções fantásticas, são tantas áreas de que gosto imenso que acho que qualquer uma dessas áreas, línguas, geografia ou história, me faria feliz”.
Com gosto por ler, estar com os amigos, ir à praia e viajar, o jovem define a fotografia como o seu hobbie “mais interessante”, ainda que muito pessoal. No presente, tem o objectivo de certificar os seus níveis linguísticos e “apoiar ou candidatar-me ao Erasmus Student Network ou a algo semelhante. Gosto muito deste tipo de projectos e penso investir nisso”.
Nas suas palavras, Setúbal, por cuja história tem também um gosto enorme, “é uma cidade fascinante. Acho que não valorizamos tanto até sairmos daqui e entendi muito isso quando fui para Lisboa. Quando me perguntam fico sempre com um sorriso na cara e gosto de explicar todas as vicissitudes e coisas interessantes que Setúbal tem”. Neste sentido, tem trazido amigos para conhecer a cidade, vindos de Lisboa e de outros pontos do país e do mundo. “Fico triste por às vezes não ser valorizada, mas tem mesmo imensas possibilidades. Para onde for direi sempre que sou setubalense, com mesmo muito carinho pela cidade”, remata.
Duarte Mayer à queima-roupa
Idade: 20 anos
Naturalidade: Lisboa
Residência: Setúbal
Área: Ciência Política e Relações Internacionais
Tendo línguas, geografia e história como áreas onde seria feliz, mantém por agora o seu futuro em aberto