“Conhecem a cultura do clube, têm um passado nele e, se calhar, sentem a camisola de uma forma que mais ninguém sente”
Apresentado oficialmente há mês e meio como director desportivo do futebol profissional do Vitória, Bruno Sousa não tem dúvidas em reconhecer que os capitães José Semedo, de 37 anos, e Zequinha, 35, desempenham um papel preponderante na equipa que vai em 2022/23 participar na Liga 3. “Para mim, são os jogadores mais importantes da equipa”, disse quando questionado por O SETUBALENSE sobre a importância de ambos.
O dirigente, de 37 anos, que na época passada esteve vinculado ao Marinhense, destaca o conhecimento que o médio e o avançado têm do Vitória e a forte ligação afectiva ao mesmo. “Conhecem a cultura do clube, têm um passado nele e, se calhar, sentem a camisola de uma forma que mais ninguém sente. Têm um comportamento nos jogos diferente talvez por essa ligação forte que sentem”.
E continua, destacando os ensinamentos que estes líderes podem transmitir aos atletas mais novos do clube: “São dois capitães, levam muitos anos de Vitória e sentem-no de forma diferente, podendo transmitir aos mais novos e aos jovens da formação tudo isso. Para mim, são fundamentais. Isto tudo independentemente do que jogam ou não ou do que podem dar em campo”.
Questionado sobre a decisão mais difícil que teve de tomar na pré-época, Bruno Sousa afirma que todas as resoluções que houve foram feitas em prol dos interesses do Vitória. “Quando tomamos uma decisão, qualquer que ela seja, que julgamos ser o melhor para o clube, para mim, não é difícil. Todas as decisões que foram tomadas até agora foram com o objectivo de tornar o Vitória mais forte”.
Sobre a decisão de não renovar com os jogadores que estavam em final de contrato, entre eles figuras emblemáticas como Nuno Pinto, o director desportivo diz o seguinte. “É óbvio que jogadores como o Nuno Pinto e o Mano, por exemplo, que estiveram no clube quando estava bem e quando esteve mal, que têm um passado importante no Vitória, não podem nunca deixar as pessoas indiferentes”.
O Vitória entendeu ser o momento de fechar um ciclo. “São jogadores de que a direcção gosta e vão estar sempre no seu pensamento. Na parte desportiva, achamos que é o momento em que precisamos de algo diferente naquelas posições. Não quer dizer que estejamos certos, mas entendemos que era altura de encerrar a ligação. Estes jogadores tinham contratos de épocas antigas e que representam um peso grande para o clube e temos de pensar nisso tudo”.
“Vamos estar mais fortes do que no ano passado”
Em relação à edição da Liga 3 que se aproxima, Bruno Sousa antevê uma luta intensa na série B em que o Vitória está integrado e terá como adversários, entre outros, a Académica, o Belenenses e o U. Leiria. “Já tivemos o exemplo do ano passado de que esta Liga não é fácil, é supercompetitiva. Acredito que este ano ainda vai ser mais e que todos os clubes estarão mais preparados por já terem o exemplo do ano passado. Em função disso, vamos ter equipas fortíssimas”.
Apesar da concorrência, o dirigente dos setubalenses está confiante na formação de um grupo de qualidade sob o comando técnico de Micael Sequeira. “Acredito que o Vitória se vai preparar de forma a poder enfrentar qualquer desafio ao longo da época. Acredito que vamos estar mais fortes do que no ano passado. É com esse intuito que trabalhamos todos os dias”, sublinha.
O reencontro com outros emblemas históricos do futebol nacional, que durante décadas foram adversários dos sadinos no escalão principal, é mencionado pelo director do futebol profissional dos verdes e brancos. “Sabemos que vamos também encontrar clubes históricos como a Académica e o Belenenses, equipas que vão dar algum gozo ao Vitória poder competir. Vamos de certeza fazer o nosso caminho bem feito”.
“Vai ser difícil parar o Vitória”
Instado por O SETUBALENSE a deixar uma mensagem aos adeptos, Bruno Sousa fala na necessidade de “união” na estrutura. “Como é óbvio, percebo os adeptos que estão numa posição mais fácil do que quem toma decisões. A nossa função é ter um caminho e trabalhar no que nós acreditamos com a união de todos. Em primeiro lugar dentro de portas, na estrutura, na direcção, equipa técnica, jogadores e todos os funcionários do clube”.
E acrescenta: “Todos temos uma linha a seguir e um objectivo. Se conseguirmos ter esta força toda internamente e a seguir juntarmos os adeptos não tenho dúvidas nenhumas de que vai ser difícil parar o Vitória. Sei perfeitamente que para os adeptos interessam os resultados. Podemos ter uma estrutura e equipa fantásticas e os melhores jogadores da prova que trabalham muito bem, mas se não ganharmos os adeptos não ficam satisfeitos. Se acontecer isto tudo e a equipa ganhar os adeptos ficam felizes”, reconhece.
Para haver sucesso, o dirigente frisa a importância de os adeptos estarem com a equipa. “Acreditamos que para isso acontecer temos de estar muito mais preparados. Temos de tentar ter os melhores, trabalhar com os melhores e termos condições para os jogadores fazerem um trabalho profissional. Se o fizermos e estivermos todos unidos acredito que vamos estar mais perto de ganhar a cada domingo. Peço aos adeptos que estejam com a equipa, apoiem o Vitória e com certeza vão ser muito felizes”.