Motoristas da Alsa Todi “apreensivos” ponderam “largar a profissão e sair da empresa”

Motoristas da Alsa Todi “apreensivos” ponderam “largar a profissão e sair da empresa”

Motoristas da Alsa Todi “apreensivos” ponderam “largar a profissão e sair da empresa”

“Confusões” no arranque da operação têm deixado funcionários “em stress” e “com medo de trabalhar”

 

Passadas duas semanas do arranque da operação da Carris Metropolitana na área 4, que abrange os concelhos de Setúbal, Palmela, Moita, Montijo e Alcochete, os motoristas fazem um balanço negativo ao novo serviço e ponderam “largar a profissão e sair da empresa”.

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“Estamos naquele impasse de não saber como vai ser. Alguns falam em largar a profissão e em sair da empresa por causa das confusões. Eu sou um dos que está a ponderar porque tenho medo de estar a trabalhar e de alguém chegar e insultar-me. De dizerem que sou ladrão e que os estou a roubar”, confessou um motorista, que prefere não ser identificado, a O SETUBALENSE.

No seu caso, diz querer “aguardar mais 20 dias ou um mês para ver como é que vai correr”, mas revela que “os motoristas estão todos apreensivos”. “Tudo o que está a acontecer causa apreensão e stress nos motoristas. Preciso de cuidar da minha saúde. Se necessário vou trabalhar para restaurantes, a carregar bandejas, ou para um camião, uber ou como pintor”, acrescentou.

Sobre o início de funções da operadora Alsa Todi a 1 de Junho, considera o funcionário que “foi tudo feito muito à pressa”. “No geral as coisas estão a funcionar, com os horários antigos da TST, que já se fala que vão ficar até ao final do mês, mas as coisas ainda estão mal resolvidas. Também a questão dos 2,60 euros por bilhete está a complicar. As pessoas reclamam a toda a hora porque a questão dos valores está a causar confusão”.

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Isto porque têm vindo a ser cobrados preços superiores aos anunciados pela TML, tratando-se de um lapso motivado pela confusão entre o que são linhas municipais e intermunicipais.

Já “a questão das chapas em espanhol está resolvida”, enquanto “as máquinas dos autocarros continuam a dar problemas”. “Uma hora funcionam, na seguinte deixam de funcionar. Há carreiras em que as pessoas viajam e não pagam nada e em outras em que já lhes cobram bilhete”.

Formações a decorrer nos feriados e ‘horas mortas’

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No feriado de sexta-feira, “os motoristas que não estiveram a trabalhar foram ter formação”. “Colocaram os motoristas que estavam de feriado a ter formação e pagaram como se fosse dia de trabalho. Estão a aproveitar os feriados para dar as formações, mas não acredito que vá ficar a 100%”, descreve o funcionário a O SETUBALENSE.

Além disso, a empresa está igualmente a aproveitar algumas ‘horas mortas’ e “às vezes as pessoas saem mais cedo e ficam duas ou mais horas a ter formação”. “É cansativo assim porque a pessoa trabalha o dia inteiro e ainda vai ter formação”.

No dia 7 de Junho, os motoristas deixaram ‘cair’ o serviço por considerarem “não ter as condições necessárias para trabalhar”, nomeadamente por desconhecerem “os novos percursos e horários e muita da informação considerada fundamental”.

Praça do Brasil Interface de Transportes continua sem informações junto às pistas

Na Interface de Transportes de Setúbal, as pistas continuam sem quaisquer informações, como os horários e o destino das carreiras. Para a utente Graça Casado, que viaja todos os dias de autocarro para o Faralhão, a adaptação está a ser “difícil”.

“Estou preocupada com os horários. Não têm expostos e eu não sei mexer no computador para ver. Além disso, os motoristas também dizem não saber”, revelou.

No entanto, sublinhou que “os autocarros são melhores por terem mais espaço e condições”. Já Manuela Barrada, que esperava o autocarro para Lisboa, garantiu que os veículos da Rede Expressos “continuam a funcionar de forma exemplar”. “Não tenho nada a apontar”, acrescentou.

A O SETUBALENSE, André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, garantiu esta segunda-feira que a nova Interface vai ter informação em cada pista dentro de dias. “Há um compromisso entre a Câmara e o operador para colocar à frente de cada pista uma informação sobre o autocarro. Em meados deste mês esse equipamento terá capacidade de ser montado”, revelou.

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