Governo acusado de continuar a protelar a obra sem nenhuma explicação plausível
Com o projecto para o novo quartel da territorial da Guarda Nacional Republicana (GNR) aprovado pelo Ministério da Administração Interna (MAI) há cerca de três anos, a obra continua sem ‘luz verde’ para avançar.
As autoridades locais, Câmara Municipal de Palmela – responsável pelo projecto – e União de Freguesias de Poceirão e Marateca, “desesperam” pela assinatura do contrato e respectiva transferência da verba correspondente para o início da empreitada.
“Se correr tudo bem, confiamos que a construção do novo posto possa começar no próximo ano”, disse Cecília Sousa a O SETUBALENSE. A presidente da União de Freguesias de Poceirão e Marateca critica o MAI por “estar a protelar a implementação no terreno de um protocolo que já foi assinado há mais de três anos sem nenhuma explicação”.
Ao longo deste tempo, aponta, “já houve mais do que condições para cabimentar uma verba que tem vindo a ser prometida”. “Mas vamos esperar que seja cumprido esse compromisso no mais curto espaço de tempo possível”.
Esta estrutura, considera Cecília Sousa, é “fundamental para acompanhar o desenvolvimento que a freguesia tem conhecido”.
Neste momento, sublinha, “existe uma patrulha para uma área de mais de 250 km2”. “Com um quartel com condições, certamente que vamos conseguir atrair mais militares para aqui e com isso resolver a falta de resposta na segurança imediata que é aquilo que necessitamos”. Para a autarca não restam dúvidas e reforça: “Este é um investimento estratégico, fundamental, para o nosso território”.
O presidente da Câmara de Palmela tem posição similar. “Fizemos o projecto e continuamos a aguardar a assinatura do contrato com a administração central para, finalmente, trazermos o posto da GNR para o coração da aldeia e dar condições e dignidade para que o efectivo fique cá e não seja muito flutuante”, comentou Álvaro Amaro.
Diz mesmo que esta “é uma condição essencial para quem tem uma área de intervenção que ultrapassa as fronteiras da freguesia, pois vai também até Marateca e Canha, já no concelho do Montijo”.
O edil salienta as ‘consequências’ que o novo posto da GNR terá para a freguesia. “Qualquer equipamento tem a montante e a jusante efeitos num círculo de dependências. Mais consumo local, mais habitação e mais dinâmica comercial no centro da aldeia, multiplica as dinâmicas sociais e económicas do território. Por isso é essencial que a segurança das populações acompanhe estas dinâmicas”, finalizou.