6 Julho 2024, Sábado

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Obras no Moinho de Maré Grande paradas para avaliação arqueológica

Obras no Moinho de Maré Grande paradas para avaliação arqueológica

Obras no Moinho de Maré Grande paradas para avaliação arqueológica

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DGCP decidiu parar obra em Abril e equipa de arqueólogos já está no terreno

 

A obra na zona do Moinho de Maré Grande, em Alburrica, foi suspensa por um parecer da Direcção-Geral do Património Cultural (DGCP), para avaliação arqueológica dos trabalhos, que o município barreirense garante já estar a ser feita. Em declarações à agência Lusa, o vice-presidente da autarquia, Rui Braga, confirmou que “foi parada a obra, mas já está uma equipa de arqueólogos no terreno com a expectativa de dentro de duas semanas ser possível iniciar alguns pontos [da intervenção]”, adiantou.

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O moinho em causa é parte integrante do sítio de Alburrica e Mexilhoeiro e o seu património moageiro, ambiental e paisagístico encontra-se classificado como Sítio de Interesse Municipal (SIM), tendo concluído a sua actividade exclusivamente moageira no ano de 1892.

A obra de recuperação deste espaço foi suspensa no mês de Abril, por um parecer técnico da DGCP, após a Associação Património Memória e Futuro ter enviado documentação para aquela entidade e ter acusado a autarquia de estar a proceder a “um atentado ao património cultural” desta zona do município.

No parecer, aquela direcção-geral refere que, após uma visita realizada ao local, foi possível constatar a afectação integral do Moinho de Maré Grande, incluindo o desmonte completo do seu embasamento aparelhado e sistema de arcadas dos rodízios, assim como indícios de destruição de estacaria de madeira aparentemente pertencente às suas fundações.

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Embora a instituição tenha considerado meritória a intenção de reabilitação do bem classificado, refere que “lamentavelmente, com as intervenções realizadas e projectadas, a sua execução nos moldes propostos [com demolição do moinho e afectação da caldeira] resultou na destruição irreversível do património cultural, recurso finito, frágil e não renovável, e perda de informação científica”, sublinhou.

A DGCP acrescenta que havia a necessidade de um Pedido de Autorização para Trabalhos Arqueológicos (PATA), que não foi feito inicialmente. Após este parecer, o executivo camarário reuniu com a entidade e avançou com o pedido de autorização, que foi, entretanto, aprovado, ficando agora o levantamento da suspensão da obra dependente da apreciação daquela direcção-geral a um relatório preliminar da acção arqueológica.

Autarquia barreirense espera que trabalhos arqueológicos sejam concluídos dentro de duas semanas

O relatório deverá incluir uma proposta concreta e fundamentada de medidas de minimização do impacto arqueológico, em articulação com o faseamento de trabalhos que vão ser executados. À agência Lusa, o autarca barreirense explicou que esse trabalho já está a ser feito e disse esperar que, à medida que se avance, seja possível libertar frente da obra para o projecto prosseguir.

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“A DGCP autorizou a câmara a fazer os trabalhos e o que ganhámos é que, à medida que vão sendo feitos os trabalhos […], serão libertadas frentes de obra”, afirmou, esperando que em duas semanas sejam “feitos os trabalhos arqueológicos” e que sejam “libertadas as frentes desta intervenção”, afirmou. “Espero [em breve] ter máquinas no moinho numa frente de obra que começa pelos pontões”, tendo justificado que “é essa a nossa estratégia” e “que os trabalhos andem o mais célere possível”, afirmou.

“A autarquia não ignorou a sensibilidade do espaço”, destacou, informando que “é preciso que as pessoas entendam o que estamos a tentar fazer, devolvendo-lhe o espaço, sem perder os fundos europeus que foram garantidos.

Com Lusa

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