29 Junho 2024, Sábado

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Orquestra Geração da Boa Água desenvolve projecto de intervenção social através da música

Orquestra Geração da Boa Água desenvolve projecto de intervenção social através da música

Orquestra Geração da Boa Água desenvolve projecto de intervenção social através da música

Grupo actuou em Sesimbra no domingo a fechar a programação da Festa das Chagas

 

A Orquestra Geração, inspirada no modelo venezuelano El Sistema, surge em Portugal em 2007 como projecto de intervenção social através da música, tendo-se decidido implementar um projecto piloto na Amadora que depois assumiu uma expansão a nível nacional.

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“O projecto pretende ocupar crianças e jovens de forma a que não se percam, dando-lhes objectivos de vida, auto-estima e ferramentas essenciais para que sejam futuros bons seres humanos”, começa por dizer Vanessa Silveira, professora coordenadora da Escola de Música do Conservatório de Música Nacional, a O SETUBALENSE. “Partiu de uma ideia do Conservatório Nacional, nomeadamente do professor Wagner Diniz, que entretanto se expandiu e aqui estamos hoje, em várias escolas, muitos alunos e muito sucesso”, adianta.

Através de uma candidatura da Área Metropolitana de Lisboa e dos municípios de Sesimbra, Amadora, Loures, Oeiras, Sintra e Vila Franca de Xira, ao POR Lisboa-QREN, em 2009, o projecto foi implementado no Agrupamento de Escolas da Boa Água na Quinta do Conde.

Para Diana Abreu, professora coordenadora do projeto Orquestra Geração no Agrupamento de Escolas da Boa Água, apesar de ser “ensino especializado da música, o objectivo não é formar músicos mas sim pessoas, torná-las mais felizes e capazes, com o ensino da música, com mais ferramentas para saber lidar com tudo o que faz parte da vida de cada um de nós”.

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“Não tocamos só música, tocamos vidas”

Do total de 80 alunos que integram actualmente a Orquestra Geração, cerca de 20 já trabalham ou estão na faculdade mas mantêm-se no grupo. “Alguns não se lembram da sua vida sem fazer parte da orquestra porque começaram muito pequenos e temos a sorte de acompanhar estes alunos há 11 ou 12 anos. É maravilhoso”, partilham as professoras, adiantando que “não tocamos só música, tocamos vidas. Se quiserem seguir música, fantástico. Se não, enriquece-os na mesma e enriquece toda a cultura de uma comunidade”.

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Diana Abreu considera ainda que “na Quinta do Conde certamente as pessoas já não olham para estas actividades como há 11 anos e isso é fundamental para que se continue a investir na educação artística e a acreditar que esta vai transformar a cultura de um país que infelizmente ainda não valoriza como gostaríamos o papel das artes dentro de uma comunidade”.

O projecto Orquestra Geração resulta de uma parceria entre a Escola de Música do Conservatório Nacional, as câmaras municipais e os agrupamentos de escolas. “É preciso que estas entidades concordem e mobilizem os seus meios para a criação de um programa em todos os níveis, iniciação, infantil e juvenil, com actividades musicais que se devem cumprir para todos estes níveis”, explica a professora Diana Abreu, que com Vanessa Silveira faz “a ponte entre alunos, família, escola, conservatório e autarquia”.

Neste momento, existe lista de espera para integrar a orquestra. Quando acontece, o aluno entra no nível de iniciação. Durante a semana, incluindo ao sábado de manhã, os horários dividem-se entre uma hora de formação musical, meia hora de aula individual de instrumento, caso seja nas cordas, no sopro ou na percussão, duas horas de naipe e três horas de orquestra. “Os horários são feitos de acordo com o horário que já têm na escola. As aulas ocorrem todas no nosso agrupamento de escolas”, refere. “Na Boa Água, como temos um projecto de inovação pedagógica a decorrer há cinco anos a orquestra foi ocupando um espaço cada vez mais relevante no percurso escolar dos alunos e neste momento já faz parte da avaliação global do aluno”, acrescenta.

O concerto que no domingo realizaram no encerramento da Festa das Chagas foi, nas palavras de Vanessa Silveira, “espectacular. Os jovens estavam super entusiasmados e o público adorou. Já estávamos todos a precisar de voltar aos palcos”. Entre os planos para o futuro estão os estágios de Verão, nos últimos anos cancelados devido à pandemia, que são “o apogeu do ano, onde que se juntam as crianças de todas as escolas. É sempre uma altura muito importante para a orquestra, o culminar de todo o trabalho realizado durante o ano”.

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