Festival gastronómico Sesimbra é Peixe é “forma de reforçar identidade”
Começou este domingo o festival gastronómico Sesimbra é Peixe, com o objectivo de dar a conhecer o pescado de Sesimbra, promover a economia, a gastronomia e a identidade locais, e revitalizar a restauração, mobilizando os empresários do sector.
A Docapesca, entidade parceira do certame, marcou presença com a degustação de conservas e de peixe-espada preto, carapau, cavala, sardinha e polvo, espécies que são referência na cozinha sesimbrense e correspondem às quatro principais que são transaccionadas na lota de Sesimbra, tanto em quantidade como em valor.
Destas, em 2021, a cavala foi a mais abundante, com mais de nove mil toneladas transaccionadas e o peixe-espada preto a mais valiosa, representando mais de 6,5 milhões de euros.
A O SETUBALENSE, a Docapesca começa por dizer que “Sesimbra tem uma ligação inquestionável ao sector da pesca e ao pescado. Ao longo dos últimos anos, foi a principal lota do continente português em termos de quantidade de pescado transaccionado”, o que confirma “a importância da pesca para a região, não só enquanto uma das principais actividades económicas, como também a nível social e cultural, com uma comunidade marcadamente identificada pelas diferentes actividades que se relacionam com a cadeia de valor deste sector”.
Os festivais gastronómicos são, por isso, “uma excelente forma de reforçar essa identidade, pois quem visita a vila de Sesimbra e outras comunidades piscatórias do nosso país, reconhece que a gastronomia relacionada com os produtos do mar corresponde a um dos principais atractivos do litoral português”, sem esquecer que constitui igualmente “um contributo relevante para a dinamização da economia local”.
Durante o período pandémico, o sector da pesca, da comercialização e da transformação de pescado deram “um contributo fundamental para a garantia da cadeia de abastecimento alimentar do país”.
No contexto actual, a entidade que explora o porto de pesca e a lota de Sesimbra espera “que seja possível manter a tendência de crescimento do valor da primeira venda em lota, que se tem verificado nos últimos anos, e que se garanta um equilíbrio na distribuição de rendimentos ao longo da cadeia de valor, contribuindo para a sustentabilidade económica, social e ambiental do sector”.
No sentido de valorizar o pescado nacional, a Docapesca desenvolveu o projecto Comprovativo de Compra em Lota (CCL), cuja etiqueta identifica e diferencia, junto do consumidor final, o pescado das lotas portuguesas, capturado por embarcações no mar português.
No âmbito deste projecto, são realizadas iniciativas de promoção do pescado nacional, de que são exemplo acções de divulgação e sensibilização para o consumo sustentável das espécies de pescado locais, com demonstrações gastronómicas, junto de diversos públicos-alvo, em parceria com os municípios, como é o caso de Sesimbra, com quem estabelece uma colaboração de longa data.
No festival gastronómico, a iniciativa desenvolveu-se em parceria com a Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, na qual o chef Mauro Loureiro sensibilizou o consumidor final para a importância de consumir pescado local, capturado pelas embarcações locais de forma sustentável e identificado com a etiqueta CCL.