Nesta 11.ª edição, o evento volta a promover visitas guiadas, passeios sonoros, percursos urbanos e actividades para crianças em espaços habitualmente não acessíveis ao público em geral
O Open House regressa a Lisboa e a Almada com um percurso por 69 espaços, no fim de semana de 14 e 15 de Maio, comissariado pelos Aurora Arquitectos, com o tema “A Rebeldia do Invisível”, foi hoje anunciado.
Nesta 11.ª edição, o evento volta a promover visitas guiadas, passeios sonoros, percursos urbanos e actividades para crianças em espaços habitualmente não acessíveis ao público em geral, com 40 em estreia absoluta.
Daniel Blaufuks, artista visual e autor de um livro de fotografia sobre a capital, foi convidado pela organização a criar um passeio sonoro de “tom intimista”, do Cais do Sodré ao Rossio, dentro de um evento que promove anualmente o livre acesso à arquitectura da cidade, abrindo portas de espaços públicos e privados, contemporâneos ou históricos.
Este passeio, tal como os passeios sonoros das edições anteriores, está disponível no SoundCloud e no Spotify do Open House Lisboa.
O Hotel Verride – Palácio de Santa Catarina, o Palácio Ratton, o edifício na Rua das Adelas, as Carpintarias de São Lázaro, o palacete da Biblioteca de Alcântara, o Convento dos Capuchos, o Centro Cívico, a Incrível Almadense, o Mercado Municipal e a sede da União Eléctrica Portuguesa são alguns dos edifícios que fazem parte dos percursos em Lisboa e Almada.
“Todas estas transformações interiores, vistas em conjunto, de que cidade são reflexo? Que identidade invisível é essa? Se retirássemos as fachadas, que Lisboa ficaria à vista? Onde começa e acaba a identidade da cidade?” são as questões lançadas pelo comissariado nesta edição, que este ano acontece mais cedo do que o habitual.
A proposta do ateliê Aurora Arquitectos – fundado por Sofia Couto e Sérgio Antunes – passa por pensar a dualidade entre a intervenção interior e exterior: “Numa cidade em permanente transformação, cada novo projecto contribui para um património colectivo”, assinala a curadoria num texto sobre o evento.
“Os exteriores, mais limitados pelas normas urbanísticas que procuram preservar essa identidade colectiva, contrastam com espaços surpreendentes nos interiores, cuja transformação invisível no domínio do privado mostra novas formas de habitar”, acrescenta o ateliê, que trabalha projectos de variadas escalas, com um enfoque mais recente na reabilitação urbana.
No programa constam ainda as “Visitas Acessíveis” e actividades para os mais novos, com percursos sensoriais para pessoas cegas e com baixa visão, com deficiência cognitiva, crianças dos 6 aos 12 anos e para famílias em geral.
O programa inclui também uma visita em Língua Gestual Portuguesa à sede da Trienal de Arquitectura de Lisboa, o Palácio Sinel de Cordes.
O Open House Lisboa propõe ainda cinco “Percursos Urbanos” acompanhados em Lisboa por vários convidados: Flávio Lopes, Joana Stichini Vilela, Lucinda Correia e Vítor Belanciano, e, em Almada, por Paula Melâneo.
As “Colecções” são roteiros temáticos com a sugestão de espaços com visitas livres ou para explorar bairros, de modo a simplificar a experiência neste evento, e o “Programa Plus”, que complementará as visitas com performances, concertos, ensaios e exposições.
O Open House Lisboa é co-produzido pela Trienal de Lisboa e pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, contando uma vez mais com as parcerias da Câmara Municipal de Lisboa e da Câmara Municipal de Almada.
No conjunto dos espaços disponíveis, segundo a organização, 22 requerem marcação, que é possível realizar através do ‘site’ a partir de dia 09 de Maio.
O Open House Lisboa teve a sua primeira edição em 2012, integrando a rede Open House Worldwide, que reúne 50 cidades em todos os continentes, e, por ano, totaliza cerca de dois milhões de visitantes.
O conceito foi criado originalmente em Londres, em 1992, pela produtora e editora britânica Victoria Thornton.
AG / Lusa