Apesar das condicionantes na preparação do certame, número de visitantes ficou perto do recorde registado em 2019
A aldeia vinhateira de Fernando Pó recebeu, no passado fim-de-semana, a sua 25.ª Mostra de Vinhos. Este ano de regresso aos seus moldes tradicionais, depois da pandemia ter condicionado as duas últimas edições.
De sexta-feira a domingo, a mostra registou um total de cerca de 6 mil visitantes – a edição de 2019, pré-pandemia, registou o recorde de 8 500 –, uma afluência, disse a O SETUBALENSE o presidente da comissão organizadora da mostra, Bruno Pedroso, “muito boa tendo em conta as circunstâncias”.
“Sabíamos que seria difícil alcançar o registo de há dois anos, porque tivemos menos tempo para preparar e divulgar o evento, mas também porque tínhamos receio que as pessoas poderiam ainda não estar disponíveis ou estar reticentes pela pandemia. Felizmente, tivemos uma adesão excelente”, revelou.
O balanço final, considera o responsável, “é muito bom”. “Estamos satisfeitos com a forma como decorreu a 25.ª edição da mostra depois de tanto tempo, o que nos deixa excelentes perspectivas para a edição do próximo ano”, salientou.
Os três dias da Mostra de Vinhos de Fernando Pó foram regalados com o Sol a brilhar, o que atraiu mais visitantes a um evento onde o vinho é o centro das atenções. Mas a gastronomia, com a restauração, petiscos e doçaria regional, tem também importante papel para o bem-estar e convívio de todos.
No total a mostra contou com 36 expositores: 10 produtores de vinhos com stand e 26 de agentes de vários sectores, desde artesanato, doçaria, jardinagem ou bijuteria, até aos queijos, azulejos, compotas e mostra de máquinas agrícolas.
Autarcas elogiam certame
Luís Miguel Calha, vice-presidente da Câmara de Palmela, considerou que “a mostra é um evento que enche a todos de orgulho”. “Que prestigia o nosso concelho, a nossa região e projecta no País a superior qualidade dos nossos vinhos e a notoriedade do nosso território”. O autarca lembrou que todos sabem que “o vinho em Fernando Pó, e no concelho, nunca foi apenas um produto agrícola, tem sido sempre um valor cultural que se reveste de uma simbologia singular”.
“A vinha e o vinho estão ligados de forma profunda à história da nossa terra e às nossas tradições, são uma herança patrimonial, um modo de ser e de estar da nossa população. Constituem, sem dúvida, um traço da nossa identidade colectiva”, realçou. Por isso, falar dos vinhos desta região, reforçou, “significa falar no conhecimento, no talento e na criatividade dos produtores, significa falar em inovação, requinte e elevada qualidade, significa falar na internacionalização e conquista de novos mercados”.
A presidente da Junta da União das Freguesias de Poceirão e Marateca, Cecília Sousa, não escondeu satisfação pelo regresso da iniciativa em formato presencial. “Depois de dois anos difíceis, estamos aqui reunidos, felizes. Quero dar os parabéns à organização pela coragem de, tão rapidamente, colocar de pé esta mostra de vinhos”, afirmou a autarca, que elogiou aquilo que considera ser uma das mais-valias do evento. “O seu programa riquíssimo com oportunidades para várias experiências”, concluiu.
Quinta do Monte Alegre vence novo concurso para os brancos
A prova e concurso de vinhos são sempre dos momentos mais aguardados. Nesse sentido 21 produtores de vinho apresentaram-se a escrutínio. Os vinhos brancos foram a grande novidade, sendo que de 20 produtores 17 apresentaram a sua produção de brancos. Nesta categoria, o vencedor acabaria por ser o Quinta do Monte Alegre. No concurso de tintos, o primeiro lugar foi para a Adega do Canivete. Finalmente. no concurso prova cega do público, uma das novidades introduzidas pela organização, o vencedor foi António Sobral.