Socialistas dizem que nada justifica esta guerra. CDU alinha no mesmo diapasão mas aponta que Putin “não é o único demónio
A guerra que a Rússia levou à Ucrânia foi condenada numa moção apresentada na reunião de Câmara, a 2 de Março, e aprovada por unanimidade entre a maioria socialista, que governa o município, e a oposição CDU.
Embora a bancada CDU tenha aprovado a moção, o vereador comunista Luís Franco, não deixou de apontar a “hipocrisia da comunidade internacional” por, ao mesmo tempo que denuncia o “total sofrimento do povo ucraniano”, também “assobia para o lado” quanto a outros povos que, “mesmo não estando em situação de guerra, são deixados a morrer por fome ou falta de medicamentos”.
Para Luís Franco, as grandes potências que “agridem elementares direitos dos povos” deveriam também de ser responsabilizadas. Sublinhando a sua posição pessoal como “pacifista” que “acredita na construção de pontes entre os povos”, e que estes se devem “respeitar mutuamente”, não teve dúvidas em afirmar “não se rever” nas acções do presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, que acusa de ser um “ditador” que preside a um “sistema corrupto, neoliberal e capitalista”. Contudo, também vincou que Putin “não é o único demónio apontado pela sacro santa-comunidade europeia”.
Com o vereador socialista Pedro Lavrado a afirmar que “nada justifica a destruição da Ucrânia pela Rússia”, a vice-presidente, Maria de Fátima Soares, vincou que a Ucrânia “é um país livre e democrático” e que, Putin, “neste momento, é o pai dos demónios” que está a perpetrar “uma guerra desonesta”.
Na moção, “Contra a invasão da Rússia na Ucrânia”, onde os eleitos, “repudiam todos os actos de guerra e condenam veementemente o ataque e invasão da Rússia contra a Ucrânia” – a ser enviada ao Presidente da República, ao primeiro-ministro, ministro dos Negócios Estrangeiros e Embaixadora da Ucrânia em Portugal -, é afirmado o “reconhecimento” de “continuar a acreditar no esforço de diálogo orientado ao nível europeu por todos os líderes políticos que não baixam os braços na procura de uma resolução diplomática”.
No mesmo texto, apresentado pela vice-presidente, é invocada “uma tomada firme por parte da União Europeia bem como a continuidade na aplicação de sanções com fortes repercussões económicas para os responsáveis deste ataque”.
“Estamos solidários com toda a comunidade de ucranianos em Portugal e em particular com aqueles que escolheram o concelho de Alcochete para viver. Partilhamos as suas preocupações em relação aos seus familiares e também no que respeita ao futuro do país natal”, refere ainda a moção.
O mesmo documento reitera as declarações proferidas por António Guterres, Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas: “presidente Putin, em nome da humanidade, leve as suas tropas de volta para a Rússia”.
Sector Desenvolvimento Social abre linha de apoio
Face à situação de emergência social provocada pela guerra na Ucrânia, a Câmara de Alcochete decidiu criar um serviço de atendimento, informação e apoio psicossocial dirigido à população ucraniana.
Trata-se de um serviço desenvolvido pelo Sector Desenvolvimento Social da autarquia, que “presta informação sobre o acolhimento aos refugiados e o apoio à sua integração”, refere nota de Imprensa da Câmara. Procede ainda à “articulação entre as organizações e a sociedade civil para a recepção de produtos de primeira necessidade para enviar para a Ucrânia”. Para o efeito, abriu uma linha de contactos através do número 914 431 630 e endereço digital desenvolvimento.social@cm-alcochete.pt.