A exposição pela objectiva de Luís Filipe Azevedo enquadra-se no ciclo orientado para a apresentação do acervo artístico municipal
Património Industrial – Da Pré-industrialização à Industrialização no Concelho do Seixal é o título da exposição de fotografia de Luís Filipe Azevedo, patente na Galeria Municipal de Corroios, até dia 19 de Março.
Trata-se de uma colectânea de trabalhos , que dá a conhecer através da arte do preto e branco, parte do espólio industrial existente no concelho.
A finalidade desta mostra, aberta de terça-feira a sábado, das 15h00 às 19h00, comenta, Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal, é “apresentar publicamente as obras que integram a vasta e variada colecção” da autarquia.
Assim, em 1990, Luís Filipe Azevedo apreendeu, interpretou e registou, de forma muito pessoal, os testemunhos da intensa e diversificada actividade económica e industrial que esteve na origem” desta exposição, que está à disposição do público.
Conhecer o crescimento do concelho Refere ainda o autarca, que este conjunto de trabalhos de fotografia “continua a testemunhar a modificação da paisagem humana e do trabalho”, em que os públicos participam “não como meros espectadores, mas como intervenientes activos.
Muitos destes registos e testemunhos desapareceram ou deram lugar a novas realidades”. Sublinha Joaquim Santos, que o concelho do Seixal “cresceu, ganhou novas dinâmicas, mas continua a “valorizar e a respeitar a história e a vida das suas populações e do território”.
Isto explica que, ao “se percorrer os caminhos da memória, honra-se os antepassados, rasgam-se horizontes e continua-se a construir futuro”. A mostra integra-se no ciclo de apresentação do acervo artístico municipal.
Lembre-se que, com a mesma finalidade, na Galeria Augusto Cabrita, no Fórum do Seixal, pode ser admirada, até 12 de Março, uma exposição quadros naïf do reconhecido pintor João Pé-Leve.
No catálogo faz-se referência ao “vasto conjunto de obras de arte que constituem o Acervo Artístico Municipal, consolidado de modo regular e coerente a partir da abertura da Galeria de Exposições Augusto Cabrita no Fórum Cultural do Seixal, em 1993.
Este conjunto de obras reúne diferentes técnicas e materiais de suporte, tais como a pintura, escultura, azulejaria, fotografia, aguarela, desenho, serigrafia, litografia, gravura, estampa e medalha contemporânea, e compreende um período de produção que vai desde os anos 20 do século passado até aos nossos dias”.
No seu conjunto, este espólio é constituído por centenas de obras, provenientes de aquisições e doações de amigos e artistas que têm mostrado a sua capacidade artística nos diversos espaços municipais consagrados ao efeito.
“Sem estes actos de generosidade”, salienta o presidente da Câmara Municipal, este acervo “dificilmente seria tão rico do ponto de vista artístico”.
Luís Azevedo e Cartier-Bresson
Disse certa ocasião Henri Cartier-Bresson, porventura o fotógrafo mais conhecido no mundo, que fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o coração, sentença partilhada por Luís Azevedo.
Nascido em Moçambique, em 1959, Luís Azevedo fez cursos de mestrado nos Estados Unidos, Inglaterra e Berlim, depois de ser diplomado pelo Instituto Português de Fotografia.
Além disso, frequentou cursos e workshops técnicos, como iluminação de estúdio; análise crítica, estética e composição artística, art director, técnica fotográfica de médio e grande formato; história da arte contemporânea, história da fotografia, imagem digital, fotografia alternativa; sistemas polaroid transfer e lifting, gomas bicromatada e cianotipos, entre outros.
A partir de 1990, realizou e participou em inúmeras exposições individuais e colectivas, nomeadamente em Portugal, Espanha, França, Brasil, Japão, EUA, Holanda, China, Inglaterra, Austrália, Suíça Bélgica, Dubai, Macau, Moçambique, Canadá e vários outros países, onde a fotografia é considerada arte por direito.