Comunistas reagem a balanço do início de mandato feito pelos socialistas
A CDU, que governa a Camara Municipal de Setúbal com maioria relativa, acusa os eleitos do PS de fazerem uma oposição irresponsável, ao imporem a redução de receitas municipais, e de faltarem à verdade sobre o hospital de Setúbal.
Em comunicado emitido na sexta-feira, a CDU reage à conferência de imprensa em que o PS fez o balanço dos primeiros 100 dias de mandato autárquico, dizendo que se tratou de uma sessão “marcada pelas habituais tiradas sobre a ausência de estratégia da CDU, às quais as populações têm respondido em sucessivos actos eleitorais” e que “o PS, procurando afirmar-se politicamente, não se inibe de faltar à verdade, designadamente em matérias relacionadas com o acesso aos cuidados de saúde”.
Além de considerarem que o PS tem sido uma “oposição irresponsável, que insiste em retirar meios ao município para o cumprimento da sua missão”, os comunistas respondem a cada um dos eleitos socialistas que participaram na conferência de imprensa.
“Assistimos ao vereador e, simultaneamente, deputado, Fernando José, garantir que a Câmara Municipal de Setúbal mente quando informou em comunicado que as urgências do Centro Hospitalar de Setúbal estavam encerradas para os doentes em emergência pré-hospitalar encaminhados pelo CODU/INEM.
No entanto, vemos quem afinal mente quando o Sr. Comandante Distrital da Protecção Civil informa todas as corporações de bombeiros do Distrito de Setúbal que teriam que enviar os doentes para outros hospitais.”, refere a nota da CDU.
Sobre as afirmações de Ana Catarina Mendes, eleita na Assembleia Municipal e deputada na Assembleia da República, de que o governo contratou 69 novos médicos para o Hospital de Setúbal, a CDU sublinha que são jovens médicos em processo de formação.
“Trata-se de médicos em internato geral ou de especialidade. Importante será confirmar quantos destes jovens clínicos, ainda em formação, manter-se-ão no CHS no final da sua formação”, escrevem.
Os comunistas respondem também às declarações de Paulo Lopes, deputado municipal e presidente da concelhia do PS, que disse não estar prevista a integração do Hospital do Outão no novo edifício do Hospital de São Bernardo.
“O projecto de ampliação do S. Bernardo foi alterado por instruções do Governo para que pudesse acolher os serviços existentes no Outão. Aliás, esta tem sido uma das questões que têm estado na origem do descontentamento generalizado entre profissionais do CHS. O PS sabe bem que o primeiro concurso público para a empreitada de ampliação do S. Bernardo (e que ficou deserto) só aconteceu porque o Governo realizou uma operação imobiliária dentro do próprio Estado para garantir o capital necessário ao CHS para lançar o concurso público internacional para a empreitada”, lê-se no referido comunicado.
A CDU afirma que o PS tem “dificuldades em fazer uma oposição credível e séria” em Setúbal e que “compreende” que a avaliação que os socialistas fazem do trabalho da CDU, “face aos critérios que utilizam e ao tipo de gestão municipal que praticaram no passado e continuam a defender para o concelho”, não poderia ser positiva.
Os comunista acusam o PS de fazer uma oposição de “protesto pelo protesto”, preocupada “apenas com certos e determinados interesses” e que necessita de “recorrer a truques”.
A CDU reafirma que, neste início de mandato, a população “já viu, entre outras coisas, o município a defender intransigentemente os seus interesses: seja nas matérias da Saúde, por exemplo com a construção do Centro de Saúde de Azeitão que está a avançar, porque o município chamou a si essa responsabilidade do governo (e o mesmo sucede com outros dois centros de saúde); na decisão de retomar a gestão pública municipal da água e do saneamento, corrigindo um erro histórico do PS; na defesa do uso público do parque de merendas da Comenda; na exigência da resolução das assimetrias em matéria de acesso a fundos comunitários que não se limitam ao pedido de criação de uma NUT II ou à recriação da NUT III”.