Sindicato dos Médicos da Zona Sul admite apoiar o recurso à greve, caso os profissionais de saúde entendam avançar para o protesto
O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) acusou, na última sexta-feira, o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) de excluir os médicos da discussão sobre a organização interna. E admite apoiar o recurso à greve, caso os profissionais de saúde entendam avançar para o protesto.
O SMZS revelou em comunicado que “os médicos foram surpreendidos com um novo regulamento interno, imposto pelo Conselho de Administração, após aprovação do Ministério da Saúde”.
A estrutura sindical defende que “é urgente mudar a lei de gestão hospitalar, que tem possibilitado este tipo de imposições autoritárias, ao serviço de interesses político-partidários, sem respeito pelo trabalho dos médicos e profissionais de saúde”. E promete apoiar eventuais acções reivindicativas dos médicos do CHS, como “o recurso à greve”.
Confrontada pela agência Lusa com a ameaça do SMZS, a administração do CHS afirma apenas que o regulamento “foi alvo de consulta pública, através da Intranet” e que “foram ouvidas as organizações representativas dos trabalhadores”.
O comunicado sindical revela ainda que “a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que o SMZS integra, defende, no seu caderno reivindicativo, a democratização da eleição dos órgãos de direcção técnica, com a apresentação de contratos programa, para inviabilizar a nomeação política e a subserviência perante o Governo”, que considera ser uma “medida urgente” a negociar com o novo executivo governamental”.
“Para o SMZS, é urgente a abertura atempada de concursos para todas as áreas profissionais, assim como a requalificação do CHS para o nível D, o que possibilitaria a melhoria no número de camas de internamento, no espaço do serviço de urgência e consulta externa, e dos meios complementares de diagnóstico”, conclui o sindicato.