O presidente da Câmara do Montijo acredita que com a nova maioria parlamentar haverá mais condições para o aeroporto na BA6 poder avançar

Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, vai solicitar uma audiência ao futuro ministro das Infraestruturas para que seja feito um ponto de situação sobre a localização do novo aeroporto.

A revelação foi feita pelo autarca a O SETUBALENSE, depois de questionado se o próximo Governo de maioria absoluta poderá facilitar a concretização da instalação da infra-estrutura aeroportuária na Base Aérea n.º 6 (BA6).

“No âmbito da nova maioria, o que temos previsto é uma reunião com o próximo ministro das Infraestruturas, para podermos perceber a evolução do processo, que é fundamental. Assim que o senhor ministro tomar posse iremos encetar as diligências para se agendar uma reunião”, disse Nuno Canta, sem se debruçar sobre o facto de o novo Governo poder agora alterar a lei que permitiu às autarquias de Seixal e Moita, no ano passado, vetarem a instalação do aeroporto complementar na BA6.

Ainda assim, admite, a nova maioria parlamentar resultante das eleições no passado dia 30 “cria condições objectivas para que a execução de grande parte dos projectos estratégicos, fundamentais para o futuro de todos e onde se inclui, entre outros, a construção do aeroporto, esteja mais facilitada”.

Certo, para o edil montijense, é que a construção do equipamento “é urgente, não só para a Península de Setúbal como também para a região de Lisboa”. E a localização na BA6 – que integra, juntamente com a infra-estrutura existente em Lisboa, duas das três soluções sujeitas a Avaliação Ambiental Estratégica (a outra passa por um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete) – continua a ser defendida. “Temos uma incapacidade aeroportuária em Lisboa. O mais rápido e facilitador é o aproveitamento do aeroporto militar, na BA6, como aeroporto civil”, sublinhou o socialista.

Solução BA6 é “sustentável”

E sobre a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), prevista estar concluída em 2023, Nuno Canta é taxativo: “O Governo anterior prometeu e cumpriu. Pressupõe avaliar os impactes nas três soluções [em cima da mesa].”

O Estudo de Impacte Ambiental (EIA), anteriormente realizado e sobejamente contestado, veio, no entender do autarca, “esclarecer tecnicamente que é possível aproveitar o aeroporto da BA6 para uso civil”. Até porque, demonstrou que “os impactes negativos podem ser mitigados”, o que, reforçou, “torna sustentável” a solução desejada para o território montijense. “Entendeu-se fazer a AAE e, à partida, qualquer pessoa de bom-senso dirá que é melhor a realização de mais estudos do que menos. A AAE pode reforçar aquilo que o EIA já mostrou”, adiantou.

O presidente da Câmara Municipal do Montijo aponta ainda ao futuro e à necessária alavancagem económica que, salienta, passa forçosamente pela execução do investimento. “Com a ultrapassagem da pandemia desejamos voltar a ter a intensidade de turismo que tínhamos antes deste flagelo e, para isso, vamos necessitar de capacidade aeroportuária que, actualmente, é insuficiente”, concluiu.