2 Julho 2024, Terça-feira

- PUB -
Pedro Pichardo sonha bater o recorde mundial e ser o melhor atleta português de sempre

Pedro Pichardo sonha bater o recorde mundial e ser o melhor atleta português de sempre

Pedro Pichardo sonha bater o recorde mundial e ser o melhor atleta português de sempre

Depois das grandes vitórias alcançadas em 2021, o atleta luso-cubano revela que tem na mira o título de melhor do mundo

 

Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico do triplo salto, que com 17,98 metros conseguiu um novo recorde nacional, confia que em 2022 vai fazer cair recordes, e aponta logo à mítica marca mundial de 18,29 metros alcançados por Jonathan Edwards em 1995.

- PUB -

Disse durante o primeiro ciclo das Conferências do Forte, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, no passado dia 20. Pela frente, o atleta luso-cubano, também campeão da Europa, tem este ano o Campeonato Mundial em Pista Coberta, em Belgrado (Sérvia), o Campeonato Mundial de Atletismo ao ar livre, nos Estados Unidos e os Campeonatos da Europa de Atletismo, em Berlim.

“A única coisa que me pode impedir de ganhar essas competições é estar magoado”, avançou. Mas será numa das “competições mais pequenas”, como a Liga Diamante, que o atleta do Benfica, que reside no concelho Palmela e treina em Setúbal, diz que vai tentar o novo recorde mundial; ‘voar’ além dos 18,29 metros, confidenciava ao jornalista da RTP Paulo Sérgio, que mediou a conferência no renovado Forte de Albarquel.

Nesta nova época que se inicia com muito trabalho para Pichardo e para o treinador, também seu pai, o atleta conta que não se deixa pressionar pelo título de campeão olímpico que carrega, nem pela espectativa dos portugueses, garantindo apenas que não vai descansar, nem desiludir.

- PUB -

“Eu vou fazer o meu melhor. Sempre que vou à pista treinar penso que tenho de treinar bem, cumprir com o que o treinador me diz: ganhar”. Na fase actual, em que prepara uma competição, um dia normal de treino dura cerca de cinco horas, apenas com um dia de descanso passivo, o domingo, e um de descanso activo, à quarta-feira.

À segunda-feira treina rampa em Lisboa, à terça e à quinta faz trabalho técnico no ginásio, e sexta-feira está reservada para trabalho de rampa e de arrasto. Durante a conversa, Pichardo reconheceu o trabalho do pai durante a época, não só como seu treinador, mas como seu psicólogo, que o incentiva sempre a superar-se, colocando-lhe metas: “Bem complicadas para mim, ou para qualquer atleta”, admite.

Também nos momentos decisivos das provas é o pai e a mãe que carrega no pensamento, tal como aconteceu em Tóquio durante o salto que lhe garantiu o Ouro. “Nós temos passado muita coisa para chegar até aqui. Sempre que eu ganho algum título, penso neles, mais do que em mim”.

- PUB -

Pedro Pichardo, que nasceu em Cuba, conseguiu com esta vitória um lugar entre os cinco atletas portugueses medalhados com Ouro nos Jogos Olímpicos: Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro e Nélson Évora.

Desde 2017, ano em que adquiriu a nacionalidade portuguesa, o atleta tem vindo a focar-se em ganhar títulos para Portugal e admite que fazer parte da história do desporto português é uma grande honra.

“No início, treinávamos no Jamor. Lá há um sítio muito especial com quatro fotos a preto e branco, dos medalhados de Ouro. Sempre que olhava para aí dizia ao meu pai – um dia gostava de estar lá também”.

Um dos objectivos de Pichardo é ser o atleta português mais medalhado de sempre, e comenta que, para as doze medalhas conquistadas pela atleta Fernanda Ribeiro, só lhe faltam dez. Agradecido com o povo português, que o tem apoiado e felicitado, Pichardo lamenta que em Portugal a sua modalidade tenha pouca visibilidade.

“No atletismo, para sobressair, é muito complicado”, afirma, em comparação com o futebol. “Em Cuba, em termos de desporto, não há diferença. Em Portugal, todos sabemos que há”. Para reverter a situação, o atleta afirma que a solução passa, essencialmente, por obter mais apoio político.

“Os políticos deviam apoiar um bocadinho mais a modalidade”, e acrescenta: “Há muita pista sem condições, há muito ginásio em que não há máquinas. [Se houvesse mais condições] teríamos mais Pichardo, mais Rosa Mota”.

E logo a seguir expressou o seu desejo de ver construído um Centro de Alto Rendimento de Atletismo no concelho de Setúbal, que considera a sua casa. Um projecto que estará já nos planos para a cidade sadina.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -