A Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) solicitou uma reunião urgente com a Mota-Engil, accionista maioritário da Amarsul, para tentar encontrar soluções que evitem as greves agendadas.
“Os Municípios da Região perante a convocação de uma greve pelos trabalhadores da AMARSUL para os dias 14 e 16 de Junho, propõem uma reunião com carácter de urgência com a Mota-Engil, accionista maioritário da Amarsul, visando encontrar soluções que, no âmbito da empresa, evitem um conflito laboral que consideram desnecessário e que causará transtornos às populações”, refere a AMRS em comunicado.
Os trabalhadores da Amarsul, responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos urbanos da margem sul, vão realizar dois dias de greve, exigindo o aumento dos salários e o respeito dos direitos inscritos no acordo de empresa,
“Os trabalhados da Amarsul vão realizar uma greve das 00:00 às 24:00 do dia 14 e das 00:00 às 24:00 do dia 16”, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (Site-Sul).
Segundo o sindicato, os trabalhadores exigem o aumento dos salários e subsídios, o respeito dos direitos inscritos no acordo de empresa e defendem a reversão da privatização dos serviços de tratamento e valorização de resíduos.
Segundo o documento do pré-aviso de greve, os trabalhadores estão também “contra a continuada distribuição de dividendos impostas pelo accionista maioritário Mota-Engil SA da riqueza criada pelos trabalhadores e pela distribuição das mais-valias criadas de formas justa e equitativa”.
Os municípios de Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal, na dupla qualidade de accionistas, detentores de 49% da Amarsul, e de clientes que “suportam a quase totalidade da actividade da empresa”, referem que estão em oposição à forma como decidiram proceder em relação à aplicação de resultados e à distribuição de dividendos pelos accionistas.
“Propusemos que estes resultassem em investimento na empresa com vista a aumentar a sustentabilidade económico-financeira da empresa, a sua eficácia e eficiência, com reflexos positivos no valor da tarifa, na defesa dos interesses das populações, missão subjacente a um serviço público de cuja responsabilidade os municípios não pretendem abdicar”, frisam.
“Os municípios pretendem com esta reunião contribuir para evitar o conflito laboral e evitar transtornos para as populações da região”, concluiu.
Em Julho de 2015, a Amarsul passou a integrar o grupo Mota-Engil por via da aquisição da Empresa Geral de Fomento (EGF), detentora de 51% do capital social da Amarsul.