É recomendada a “construção de um novo edifício, dedicado às actividades de ambulatório”
O parlamento recomendou hoje ao Governo a ampliação do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada (Setúbal), com a construção de um novo edifício e requalificação das actuais instalações, que considerou insuficientes.
Numa resolução, aprovada por unanimidade hoje, último dia do plenário parlamentar, é realçado que o HGO, iniciado em 1973, já tinha instalações desadequadas em 1991, quando foi concretizado e entrou em funcionamento.
“Quando o hospital foi inaugurado, este já se encontrava subdimensionado face às necessidades na prestação de cuidados de saúde, com o crescimento populacional nos concelhos da área de influência directa do hospital, a situação foi-se deteriorando”, é salientado no documento, apresentado pelo PCP.
Os deputados sublinharam que os serviços e valências do hospital se desenvolveram, apesar das insuficiências das instalações, o que se reflectiu “nas dificuldades na prestação de cuidados de saúde aos utentes, ocorrendo diversas vezes situações de ruptura dada a elevada afluência aos serviços do hospital e elevados tempos de espera, realidade que se foi agravando ao longo dos anos”.
Nesse sentido, recomendam ao Governo “o desenvolvimento dos procedimentos necessários para a ampliação” do HGO, “nomeadamente através da construção de um novo edifício, dedicado às actividades de ambulatório, tendo em conta a desadequação das suas instalações face à população da sua área de abrangência e ao facto de ser o hospital de referência para a zona Sul do País em diversas especialidades”.
Na resolução aprovada, é proposto que a ampliação decorra de forma faseada: numa primeira fase com a construção de um novo edifício e com a ampliação da área das urgências e, numa segunda fase, de requalificação das actuais instalações “que permita uma reorganização dos serviços e valências”.
Na resolução apontam ainda que a ampliação e a requalificação devem custar 42,4 milhões de euros, valor sem IVA (52,2 milhões de euros com IVA), e aconselham que se recorra ao financiamento de fundos comunitários, “sem prejuízo da alocação de verbas do Orçamento do Estado para este fim”.
Nas contas apresentadas, o novo edifício precisa de um investimento de 18,6 milhões de euros, a que acrescem dois milhões de euros para o piso de estacionamento subterrâneo, de 15,6 milhões de euros para a remodelação e ampliação dos edifícios existentes e de 6,2 milhões de euros para estudos, equipamentos e reforço de instalações técnicas.
“Quanto ao calendário, a perspectiva é que o investimento possa ser concretizado de forma faseada ao longo de 9 anos”, é acrescentado.
O documento aprovado também defende que o Governo deve, “urgentemente, proceder à concretização do Hospital no Seixal” e criar condições para a fixação de trabalhadores da saúde no HGO, considerando a “sua valorização profissional, social e remuneratória, através da dignificação das carreiras, da implementação do regime de dedicação exclusiva e da garantia de condições de trabalho e de modernização de equipamentos”.
RCS