A “lei da selva e o medo nas empresas tem sido a opção em muitos locais de trabalho em Setúbal”, afirma a coordenadora bloquista
A Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Setúbal afirma-se “solidária” com as greves dos trabalhadores da Ascenza/Sapec e da Lisnave, uma que começou a 21 de Outubro e outra de 31 de Outubro até 2 de Novembro, respectivamente.
“Impor a lei da selva e o medo nas empresas tem sido a opção em muitos locais de trabalho em Setúbal, como por todo o País”, denuncia em comunicado a estrutura política bloquista.
Para o BE, estas recentes greves reflectem a “vontade dos trabalhadores de lutarem pela dignidade e legalidade nas relações laborais, rejeitando a ideologia neo-escravagista do patronato e dos seus servidores no poder político”.
Demonstram ainda, a “coragem” destes trabalhadores de lutarem pelo “trabalho com direitos” e a “absoluta necessidade de romper com o modelo vigente de precariedade, baixos salários e desemprego, e a urgência de apostar na valorização do trabalho, criando emprego com vínculos estáveis, salários dignos, e respeitando os direitos dos trabalhadores”.
Apontando o caso da Ascenza (ex-Sapec), sublinha a nota de Imprensa da coordenadora bloquista que a acção grevista “é considerada histórica” por “quebrar o clima de intimidação e medo que reina há cerca de 40 anos na empresa”.
Um protesto onde foi exigido que seja cumprido o “contrato colectivo de trabalho do sector químico, subscrito pela Fiequimetal”, e vincou a reivindicação pela “alteração dos horários de trabalho em regime de laboração contínua, a valorização das carreiras profissionais”, assim como os “respectivos ajustes salariais”, melhores condições de segurança e saúde no trabalho”.
No caso dos trabalhadores do estaleiro naval da Lisnave, lembra o Bloco que o período de greve ao trabalho suplementar – pago e não pago -, e ao trabalho normal, teve “uma adesão superior a 80%” e culminou com uma concentração no exterior do estaleiro.
Na agenda dos protestos esteve a “eliminação do regime de adaptabilidade”, assim constava do pré-aviso de greve emitido pelo SITE Sul, o que abrange, “para lá do horário normal, também todo o trabalho suplementar, incluindo o prestado no regime ‘à borla’, imposto pela administração no momento da admissão dos trabalhadores”.