Proprietária do Parque de Campismo da Galé diz não alterar funcionamento até analisar situação do espaço

Proprietária do Parque de Campismo da Galé diz não alterar funcionamento até analisar situação do espaço

Proprietária do Parque de Campismo da Galé diz não alterar funcionamento até analisar situação do espaço

Presidente da autarquia transmitiu à empresa importância de assegurar à população “acesso ao lazer, bem-estar e qualidade de vida”

 

A nova proprietária do Parque de Campismo da Galé – a empresa norte-americana Discovery Land Company –, garantiu à Câmara Municipal de Grândola que “nenhuma alteração” vai ocorrer no funcionamento do equipamento, “até” que esteja concluído o “diagnóstico rigoroso da actual situação do parque”.

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A decisão, de acordo com comunicado da autarquia grandolense, foi já transmitida aos utentes do parque localizado na freguesia de Melides com contratos activos, sendo que, “após a conclusão dessa análise, todos os 38 postos de trabalho permanentes serão mantidos”.

Também “todas as relações com fornecedores e todos os contratos válidos e em vigor serão integral e escrupulosamente honrados”, confirmou a Discovery Land Company à edilidade.

Contudo, em caso de “eventual alteração no modelo de funcionamento do parque e/ou respectivas instalações”, os novos donos comprometem-se a informar “atempadamente os utentes” e a coordenar a mudança com “a estratégia turística da Câmara de Grândola”.

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Enquanto isso, em reunião recente com o grupo norte-americano, o presidente do município, António Figueira Mendes, transmitiu à empresa a importância de continuar a assegurar à população, “de forma sustentável, o acesso universal ao lazer, bem-estar e qualidade de vida”.

“Embora privado, o Parque de Campismo da Galé cumpre há vários anos funções importantes de serviço público e é uma fonte de criação de emprego e gerador de receitas para a economia do concelho”, frisou o autarca, no encontro do passado dia 13.

Por este motivo, é para a “Câmara Municipal de grande importância garantir que o parque se mantém em funcionamento”, num concelho que se pretende que, “cada vez mais, seja para todos”.

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Segundo avançou no início do presente mês o Jornal de Negócios, o consórcio norte-americano, através da sua empresa Costa Terra, adquiriu o espaço à Imobiliária das Ilhas Atlânticas por 25 milhões de euros, com vista a reforçar a aposta no litoral alentejano.

O objectivo da empresa será desmantelar o Parque de Campismo, situado numa área com 32 hectares, para expandir no local o projecto do empreendimento Costa Terra Golf & Ocean Club.

População indignada exige manutenção do parque

Por considerarem que o novo projecto vai “descaracterizar” não só o Parque de Campismo da Galé como o litoral alentejano, milhares de cidadãos têm mostrado estar indignados com a decisão, o que motivou o lançamento de duas petições a exigir a manutenção da infra-estrutura.

Na petição intitulada “Manter o Parque Campismo da Galé”, os signatários dizem ter recebido a notícia da venda do parque “com enorme insatisfação e tristeza”, por se tratar, “para muitos, do melhor parque de campismo” do País.

“São muitos anos e muitas famílias que fazem deste parque o seu lar durante o seu período de férias. É único na sua beleza, localização e nas memórias que cada português tem dos momentos que lá passou”.

Para mais de onze mil pessoas, o importante é que “não seja atribuída à nova gerência uma licença que não seja para manter, preservar e dar continuidade ao bom funcionamento e serviço” do espaço.

“Pedimos, de forma humilde, que não deixem que o parque seja desmaterializado e que mantenham o seu funcionamento nesta área protegida, como até então”, refere o documento, dirigido à Câmara Municipal de Grândola, PCP, Junta de Freguesia de Melides, ministro do Ambiente, Turismo de Portugal e Assembleia da República.

Já na petição “O Camping Gale é de todos”, assinada até à data por perto de duas mil pessoas, os subscritores lamentam tratar-se de “um investimento absolutamente não proporcional em relação à estrutura social e à distribuição do capital da sociedade portuguesa”.

“Estamos a falar de 32 hectares que, durante anos, foram usufruídos pelos portugueses, protegidos pelos portugueses e amados pelos portugueses (e não só). Estamos a falar das férias de Verão de muitíssimas famílias portuguesas, cujos bolsos não poderão gastar 3,4 milhões de euros por uma casa de praia”, criticam.

É igualmente vincado que se tratam de “actividades e negócios nacionais entregues nas mãos de investidores estrangeiros multimilionários, que em nada irão ajudar a economia portuguesa a levantar-se”.

“Isto não é sustentável! Reclamamos negócios conscientes e sustentáveis, de que também, e sobretudo, o povo português possa beneficiar. Podemos não mudar o desfecho, mas vamos lutar e honrar aquilo que, um dia, foi para todos nós”, argumentam, a concluir.

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