27 Julho 2024, Sábado

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Álvaro Amaro: “Mesmo em maioria relativa vamos concretizar ciclo de novos projectos”

Álvaro Amaro: “Mesmo em maioria relativa vamos concretizar ciclo de novos projectos”

Álvaro Amaro: “Mesmo em maioria relativa vamos concretizar ciclo de novos projectos”

Foto Ana Klerk

Comunista lamenta não ter conseguido recuperar a maioria absoluta. Raul Cristóvão diz que a culpa foi do PS. Paulo Ribeiro esperava mais para o PSD. Carlos de Sousa avisa que MCCP é para continuar

 

A CDU reeditou, no último domingo, mais uma vitória com Álvaro Balseiro Amaro em Palmela, mas não conseguiu recuperar a maioria absoluta que havia deixado escapar pela primeira vez na história do poder local democrático há quatro anos. O autarca comunista foi reeleito presidente da Câmara Municipal com 7.517 votos (31,42%), resultado inferior ao alcançado em 2017 (9.397 votos, traduzidos em 40,67% da votação).

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A CDU e Álvaro Amaro acabaram assim por segurar quatro eleitos no executivo camarário composto por nove.

Ontem, o comunista começou bem cedo o dia. Apesar do arrastar da noite eleitoral, Álvaro Amaro fez questão de acompanhar, logo pelas 7 horas da manhã, a saída das brigadas dos trabalhadores dos serviços operacionais da autarquia e de seguida, confessou, fez “alguns despachos correntes permitidos”, assumindo a rotina habitual. De permeio acedeu a comentar a O SETUBALENSE o resultado eleitoral registado no concelho palmelense. Um triunfo que o inclui no lote de sete autarcas que, no distrito, partem agora para um terceiro e último exercício consecutivo por força da lei de limitação de mandatos. Ainda assim, Álvaro Amaro esperava mais.

“Num contexto difícil, em que havia muitas candidaturas (contra o mesmo) e alguma contaminação da política nacional na local, mas sobretudo com a abstenção registada – que penaliza todos, inclusive a CDU –, o objectivo de recuperar a maioria absoluta não se concretizou. Mas estou feliz por ter merecido a confiança da maioria da população”, disse o comunista, que vai ter de “negociar” com a oposição. “Já demos provas de que, mesmo em maioria relativa, nunca deixamos de promover e desenvolver o concelho. O ciclo de novos projectos será, com certeza, concretizado e negociado com a oposição”, frisou.

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E quanto ao estabelecimento de pontes com as forças políticas adversárias, através da distribuição de pelouros, nada foi ainda discutido. “Não temos nada conversado. Mas a CDU, mesmo com maioria absoluta, sempre falou com todas as forças políticas e distribuiu pelouros”, lembrou, ao mesmo tempo que fintou a questão sobre a possibilidade de dar prioridade ao PS, partido que no último mandato recebeu pelouros a tempo inteiro. “A nossa preocupação é colocar o município a andar e depois veremos se são necessários alguns entendimentos. Não houve ainda sequer uma reflexão.”

A terminar, Álvaro Amaro saudou quem não se absteve e confessou uma preocupação. “Preocupa-nos muito que gente nova no concelho não conheça a história de quem fez deste território um dos mais atractivos da Área Metropolitana de Lisboa. Temos de os informar e conquistar. Devem conhecer quem são os protagonistas. Tenho pena de não ter conseguido passar essa mensagem”, admitiu.

PS pede recontagem para Quinta do Anjo

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Já o PS, com Raul Cristóvão como cabeça-de-lista, baixou dos 6.540 votos (28,31%) conseguidos em 2017 para os 5.689 (23,78%), mantendo três eleitos no executivo camarário. Em jeito de balanço, o socialista evidenciou os resultados obtidos pelo partido em três das quatro assembleias de freguesia.

Raul Cristóvão

“Mantivemos os eleitos na Câmara e na Assembleia Municipal, onde todos os partidos desceram na votação. O PS conseguiu retirar a maioria absoluta à CDU nas juntas de Pinhal Novo e União das Freguesias de Poceirão e Marateca (nesta última localidade até ganhámos). Reforçámos os votos na Junta de Palmela, apesar de não termos chegado à maioria absoluta, e pedimos uma recontagem de votos na Quinta do Anjo”, disse. “[A retirada das maiorias absolutas à CDU] É uma vitória do PS”, juntou. E sobre a disponibilidade de o partido aceitar pelouros na Câmara, foi evasivo: “Vamos analisar e só depois tomaremos uma decisão, em reunião.”

Paulo Ribeiro, reeleito pelo PSD para a vereação, não escondeu que os social-democratas esperavam melhor. Para a Câmara, o partido laranja passou de 2.702 votos (11,69%), alcançados em conjunto com os centristas em 2017, para 2.085 (8,71%) conseguidos agora a solo.“Ambicionávamos mais. É um resultado que mantém o PSD como força importante em Palmela e face às eleições de 2013 e 2017, em que concorremos coligados com o CDS, mantivemos o mesmo número de autarcas nas freguesias e na Câmara e aumentámos um na Assembleia Municipal”, comentou.

Paulo Ribeiro

Paulo Ribeiro não fecha a porta a um entendimento com a CDU, mas, garante, nunca nas circunstâncias em que o PS o fez há quatro anos. “Não temos uma postura fechada no que toca a receber pelouros. Como o PS fez no mandato anterior, que caucionou a maioria CDU a troco de um lugar, o PSD não fará. Queremos manter oposição e vincar as diferenças que temos para a CDU”, atirou. Em Palmela, todos os órgãos autárquicos ficaram sem maioria absoluta.

Carlos de Sousa eleito com grupo de cidadãos como terceira força mais votada

O Movimento Cidadãos pelo Concelho de Palmela (MCCP), liderado por Carlos de Sousa, obteve 3.428 votos (14,33%) e conseguiu a eleição do antigo presidente das câmaras de Palmela e Setúbal para o executivo camarário, enquanto terceira força mais votada.

O resultado ficou, contudo, aquém das expectativas de Carlos de Sousa. “Estávamos à espera de melhor. No entanto, estar em 3.º lugar a nível de forças, na estreia do movimento em eleições, é um resultado razoável. Mas somos exigentes e esperávamos mais”, reconheceu o eleito. “Com um vereador, 4 deputados municipais e representantes em todas as freguesias, vamos fazer uma oposição construtiva”, prometeu, antes de se debruçar sobre a possibilidade de poder ser convidado pela CDU a exercer pelouros.

“Estamos abertos a todos. Analisaremos se a questão nos for colocada. Sempre defendi que todas as forças são eleitas com os votos dos cidadãos, logo, quem está no poder tem o dever de respeitar esses cidadãos. É o nosso entendimento da democracia”, realçou.

Carlos de Sousa

Carlos de Sousa garante que o MCCP é para continuar. “Vamos constituir uma associação cívica que será o suporte formal do nosso movimento”, avançou, sem deixar de sublinhar que, face aos resultados conseguidos, todos os envolvidos no movimento “estão muito entusiasmados”.

O MCCP acabou por ser a terceira força mais votada para todos os órgãos autárquicos do concelho, excepto para a Junta de Quinta do Anjo. Para esta assembleia de freguesia, o movimento de cidadãos obteve 509 votos, ficando atrás do PSD – terceira força mais votada para o órgão – por apenas um voto. Esta junta de freguesia acabou por permanecer nas mãos da CDU, que bateu o PS por uma margem de apenas 18 votos.

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