28 Junho 2024, Sexta-feira

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Educação e aeroporto no Campo de Tiro marcam debate entre cabeças-de-lista à Câmara de Alcochete

Educação e aeroporto no Campo de Tiro marcam debate entre cabeças-de-lista à Câmara de Alcochete

Educação e aeroporto no Campo de Tiro marcam debate entre cabeças-de-lista à Câmara de Alcochete

‘Choques’ entre o comunista Luís Franco e o socialista Fernando Pinto eram esperados. Um quer ser reeleito, o outro voltar ao poder

 

O sector da educação e a possível construção do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete estiveram no centro do debate entre os cinco candidatos à presidência da Câmara Municipal, que decorreu ontem no Fórum Cultural de Alcochete, as propostas raramente apontaram no mesmo sentido.

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Promovido pelo jornal O SETUBALENSE em parceria com a Rádio Sines, Popular FM, M24, ‘O Leme’ e a empresa Morning Panorama – responsável pela cobertura em vídeo e transmissão em directo – o encontro contou com a presença do actual presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto que se recandidata pelo PS, a CDU com Luís Franco que volta a tentar a presidência que ocupou durante três mandatos (2005 -2017), Pedro Louro, actual vereador sem pelouro que se candidata pelo PSD, Vasco Pinto, do CDS-PP, que no actual mandato ‘governa’ a pasta do Turismo e Cultura, e Gabriel Mithá Ribeiro que estreia o Chega no combate autárquico.

Os temas passaram ainda pela habitação pública no concelho, mobilidade/ambiente e alterações climáticas, desenvolvimento económico, muito do ponto da alavanca novo aeroporto, e não esqueceu um problema cada vez mais emergente: a apanha de bivalves no Estuário do Tejo, actividade com forte expressão na frente de Alcochete, ‘contaminada’ por muitos mariscadores ilegais em concorrência com os locais que dela sobrevivem.

Aqui, todos os candidatos recomendam mais regulamentação e acção musculada das autoridades, mas defendem que os mariscadores legais sejam protegidos.

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Logo à primeira intervenção, em resposta a questão introduzida pelo jornalista de O SETUBALENSE Mário Rui Sobral, se adivinhou que os candidatos da CDU e PS não iam perder oportunidade para se ‘beliscarem’.

Luís Franco começou por acusar a governação do socialista Fernando Pinto: “Neste mandato não houve desenvolvimento económico”, e “a pandemia não é justificação para essa estagnação”. E lembrou que a crise económica de 2008, essa sim, levou ao “colapso financeiro do Estado”.

Luís Franco afirma que CDU trouxe pensamento estratégico Não perdeu ainda ocasião para lembrar que, em 12 anos de gestão da CDU, o concelho ganhou em “planeamento, pensamento estratégico, visão política e obras municipais”.

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Um sentido que afirma ser retomado caso vença as eleições a 26 de Setembro, não esquecendo o reforço à implementação empresarial, e Alcochete como destino turístico.

Por sorteio, Fernando Pinto foi o segundo na ordem de intervenções, e mostrou estranheza por o candidato da CDU desclassificar o embate financeiro na sequência da pandemia. Mesmo assim, em oposição aos “12 anos de inoperância da CDU” à frente dos destinos do município, o “trabalho feito” pelo PS nestes quatro anos de mandato pode ser “verificado”.

E neste trabalho apontou o que foi feito ao nível da educação: “a menina dos nossos olhos”, como lhe chamou. Estava colocado em cima da mesa um dos principais temas do debate, com o actual presidente a vincar o que foi feito na “requalificação e ampliação de escolas” e a afirmar a necessidade de se construir um novo centro escolar integrado até ao 9.º ano de escolaridade.

Como de grande importância focou a necessária reabilitação e ampliação da Escola Básica 2,3 El-Rei D. Manuel I, em Alcochete.

Esta uma obra unanime para todos os candidatos, mas praticamente não referida pelo candidato do Chega. Gabriel Mithá Ribeiro, que prefere focar-se no sector Ensino, defendeu que o modelo de escola / ensino de qualidade não tem de ser imposto pelo Estado, mas sim resultar de um “debate” com a população.

“A comunidade tem de ter uma palavra sobre isto”. Aliás, o candidato do Chega vincou que o seu partido “assume-se” pela “defesa da família”, e pela “Moral Social”. “Temos de saber quem somos para depois sabermos o que fazer”.

A educação é também um sector chave para o candidato do PSD. Pedro Louro insistiu também na requalificação da Escola Básica El-Rei D. Manuel I que, embora não seja da responsabilidade da autarquia, obriga a Câmara a ser “mais exigente junto do Ministério da Educação”.

Nas linhas que destaca no programa eleitoral social-democrata aponta ainda a necessidade de se investir em creches e haver um programa municipal de apoio às famílias para esta resposta.

A necessidade de obras na mesma básica foi também apontada pelo candidato do CDS-PP, em que o município “tem de intervir independentemente do processo de descentralização de competências”.

Já quanto à requalificação de escolas na alçada do município, Vasco Pinto considera que “foi feito um trabalho irrepreensível”. A construção do nove centro escolar integrado é outra das suas prioridades, devendo este ser alargado ao ensino técnico-profissional.

Fernando Pinto fala em cidade aeroportuária No quadro de outras propostas para o município, aponta que têm de ser cumpridos três objectivos: “Coesão social, crescimento económico e qualidade de vida”.

‘Chamado’ a falar sobre a área da educação no concelho, o candidato comunista atacou de imediato a presidência socialista ao afirmar que “a Câmara de Alcochete não conhece as necessidades do concelho ao nível da educação”, e acrescentou que a Carta Educativa está “desactualizadíssima”.

De acordo está com a construção do novo centro escolar em Alcochete, e também exigiu a requalificação e ampliação da Escola Básica El-Rei D, Manuel I. Sobre a Carta Educativa Fernando Pinto garantiu que esta “entra em vigor no início de 2022″.

Depois de passarem pelo tema da habitação, com os candidatos a focarem medidas para fixar a população jovem, e a mobilidade com medidas em prol do ambiente e alterações climáticas, nomeadamente através do reforço do transporte público, o debate incidiu na possível localização do aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.

Para o comunista Luís Franco a localização em Alcochete não só é “possível como necessária para servir e dinamizar a economia local, regional e nacional”. Por isso coloca de parte a hipótese da solução Portela +1 que considera o aeroporto na Base Aérea -6 no Montijo.

“É uma zona ambientalmente privilegiada, um santuário estuarino de dimensão europeia”. Além disso, acrescenta, que a localização da infra-estrutura aeroportuária no concelho vizinho é “nefasta para a qualidade de vida da população e sua saúde”; resumindo, disse: “não tem razão de existir”.

Confia que as avaliações ambientais vão demonstrar que “a opção mais privilegiada é o Campo de Tiro de Alcochete”. Já o centrista Vasco Pinto oscila entre certezas.

Lembrou que em 2013 afirmou ser contra a localização do novo aeroporto no Montijo, e agora coloca reticências que o mesmo fique em Alcochete, uma vez que “não será compatível com o desenvolvimento turístico de natureza no concelho”.

Mas, ao mesmo tempo, afirma que também defende o “desenvolvimento económico” que este equipamento pode trazer, contudo: “que não seja à custa do nosso território ou próximo da bacia estuarina do Tejo”.

Portanto, a solução que aponta é: “se for eleito presidente da Câmara de Alcochete vou fazer uma consulta à população para se pronunciar”.

Sobre esta matéria o Chega ainda não tem posição, e aguarda que a direcção nacional do partido se pronuncie. “Queremos que os nossos autarcas tenham uma posição comum”, disse Gabriel Mithá Ribeiro.

Já o cabeça-de-lista do PSD está firme na sua convicção. Para Pedro Louro, se a decisão do Governo for fechar, a curto médio prazo, a Portela, “vamos pensar no Campo de Tiro de Alcochete”, caso contrário é de “equacionar a solução BA-6, no Montijo”.

Por seu lado o recandidato Fernando Pinto avançou com a ideia da “cidade aeroportuária”, em que esta é “importantíssima para o desenvolvimento económico de qualquer município”, uma vez que “traz emprego de qualidade e novas oportunidades de vivência”, portanto o novo aeroporto “não pode ser protelado por mais 50 anos”.

Ao mesmo tempo garantiu: “Não sou subserviente do Governo socialista apesar de sermos da mesma linha política. A minha posição é em prol da população”, isto seja o aeroporto “onde for”, porque a decisão compete ao Governo”.

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