Mercado do Livramento celebra 145 anos plenos de história e boas recordações

Mercado do Livramento celebra 145 anos plenos de história e boas recordações

Mercado do Livramento celebra 145 anos plenos de história e boas recordações

|||||

Apesar da pandemia, aniversário é assinalado amanhã com orgulho por parte dos comerciantes, principalmente dos que cresceram entre o peixe e as hortaliças

 

O Mercado do Livramento continua a ser conhecido maioritariamente pelo pescado e produtos agrícolas e hortícolas de grande qualidade, tanto pelos setubalenses como por quem visita a cidade, mas nele vende-se um pouco de tudo, desde enchidos, mel, pão e flores, ao artesanato, com produtos que enchem os olhos.

- PUB -

Mariana Bombico e o seu companheiro, entrevistados por O SETUBALENSE, contam que é a primeira vez que visitam o mercado. “Ouvimos falar muito bem e viemos conhecer. Ouvimos dizer que era um mercado com história e que tinha muita diversidade, e realmente comprova-se”, afirma Mariana.

“Se estivéssemos com fome levávamos de tudo. Como não é o caso comprámos chapéus, que não encontrávamos em lado nenhum”, conta.

A beleza do edifício também faz as delícias dos turistas, que admiram a enorme fachada cor de salmão, as estátuas alusivas aos vários ofícios, e o famoso painel de azulejos azuis e brancos na parede sul.

- PUB -

Da autoria de Rosa Rodrigues, a retrata cenas do quotidiano de Setúbal do início do século XX, tendo sido colocado nos anos 40. A alma do mercado são os seus comerciantes, quer os mais velhos, quer os mais novos, mas principalmente aqueles que se recordam com amor dos anos ali passados.

Isaura Rosa (Zazá) vende aqui flores há 42 anos, e recorda com nostalgia a altura em que começou a trabalhar, e em que a entrada dos produtos no mercado ainda era feita de carroça.

“Quando o meu pai adoeceu, eu vim para aqui ajudar a minha mãe. Eles vieram para cá no início, quando fizeram o mercado. O meu pai ainda entrava com o carro cá dentro para descarregar”, conta.

- PUB -

As flores, trazidas de estufas das zonas de Alcochete e do Montijo, são agora transportadas de carro e descarregadas à porta do mercado. Apesar das dificuldades impostas pela pandemia, Zazá afirma que as flores se vão sempre vendendo.

“Para um aniversário, uma festa, uma coisinha. Uma ou duas florinhas é só um símbolo”. Delmira dos Anjos, de 74 anos, veio para o mercado aos 17 e expressa abertamente o orgulho que sente no seu local de trabalho, que é agora partilhado com quatro sobrinhos.

Um dos seus orgulhos é também a qualidade do pescado que se vende no mercado, que apresenta grande variedade, ao contrário do que se encontra nos supermercados.

“Aqui, o peixe é geralmente, quase todo, nacional. A gente vai às superfícies e não vê as qualidades de peixe que nós temos aqui. Evidentemente que aqui há muita escolha, nós temos 90 pedras a vender, e qualquer pessoa chega e escolhe. No supermercado é diferente, só compra aquilo que lá está. Temos peixe fresco porque conseguimos vender o peixe quase todo”, conta.

Delmira admite que a venda no mercado é agora também uma forma de passar o tempo e de se “manter mais jovem”. Luís Rosa, que vende mel há 16 anos, deixa transparecer o carinho que tem pelo seu ofício.

Apicultor de profissão há mais de 40 anos, Luís explica qual é o percurso do mel até chegar à sua banca. O estado da colmeia é supervisionado para ver “se tem criação, se está bem alimentada, e há medida que o ano corre, temos de fazer o ajustamento para que possa produzir”.

A parte final da colheita do mel é a creste, onde se retiram os favos da colmeia, para que depois se possa fazer a extracção na sua melaria.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -